terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Examinando Eminescu

Essa imagem foi feita com a câmera de ângulo restrito, NAC da sonda MESSENGER e mostra a cratera Eminescu em Mercúrio. Essa cratera recebeu esse nome em homenagem ao poeta romeno do século dezenove Mihaj Eminescu. A cratera Eminescu mostra brilhantes cavidades no seu centro. Essas depressões rasas e irregulares foram surpreendentemente encontradas nas imagens de alta resolução da sonda MESSENGER, e a possível causa dessas cavidades ainda está sendo estudada.

Créditos: MESSENGER

HAT-P-34b e HAT-P-37b

Com todo o alarido mediático provocado pelas recentes novidades da missão Kepler, algumas descobertas feitas por outros projetos de detecção de exoplanetas passaram despercebidas. É o caso do HATnet (Hungarian-made Automated Telescope), liderado por Gáspár Bakos, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics. No dia 3 de Janeiro a equipe do projeto disponibilizou um artigo em que descreve a descoberta de 4 novos planetas em trânsito: HAT-P-34b a HAT-P-37b. Os planetas têm massas compreendidas entre 1.1 e 3.3 vezes a massa do Júpiter, e períodos orbitais de 1.3 a 5.5 dias. Todos orbitam estrelas semelhantes ao nosso Sol, de tipos espectrais F e G, e relativamente brilhantes, com magnitudes visuais aparentes entre 10 e 13. O mais notável destes planetas, todos eles Júpiteres Quentes, é o HAT-P-34b, pois associa à sua massa elevada (3.3 vezes a de Júpiter), uma órbita elíptica particularmente alongada, com uma excentricidade de 0.44. A maioria dos Júpiteres Quentes têm órbitas circulares ou quase, ou seja, com excentricidade 0 ou muito próxima de 0. O seguimento do planeta pelo método da velocidade radial aponta para a existência de um planeta mais exterior no sistema cuja influência gravitacional poderá a órbita peculiar do HAT-P-34b. Mais recentemente, no dia 24 deste mês, um novo artigo pela equipe dá conta da descoberta do HAT-P-38b, um planeta com uma massa semelhante à de Saturno que efetua trânsitos com uma periodicidade de 4.6 dias. A estrela hospedeira tem apenas 90% da massa, e 90% do raio, do Sol e uma abundância de “metais” semelhante à da nossa estrela. O planeta é pouco usual pois tem apenas 0.3 vezes a massa, e 0.8 vezes o raio, de Júpiter. No que diz respeito a estes parâmetros físicos, trata-se do planeta mais parecido com Saturno descoberto até à data. A sua órbita, no entanto, faz com que seja um Saturno Quente, com uma estrutura interna e dinâmica atmosférica certamente muito diferentes do líder dos Titãs.

Créditos: AstroPT

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Estrela Polar está diminuindo, afirmam astrônomos

A Estrela Polar, astro celeste que ajudou navegadores por séculos apontando o norte do planeta, pode estar diminuindo lentamente. É a conclusão de uma análise de mais de 160 anos de observações, reunidas por pesquisadores da Universidade de Bonn, Alemanha. Os dados sugerem que a estrela está perdendo, por ano, uma massa equivalente à do planeta Terra. O estudo foi publicado no periódico The Astrophysical Journal Letters. Os pesquisadores mediram a massa da estrela Polar monitorando o brilho do astro. E a análise mostrou que o brilho da estrela não tem sido constante nos últimos 160 anos. A única explicação encontrada pela equipe do astrofísico Hilding Neilson para explicar o descompasso é que a estrela Polar estaria perdendo massa equivalente à da Terra todos os anos. Só assim as equações de cálculo para a massa da estrela fazem sentido. Neilson explica que a perda de massa da estrela Polar é, provavelmente, um episódio temporário na vida da estrela. O evento não vai afetar seu ciclo natural de existência. Mesmo que o astro desapareça em um futuro distante, o Pólo Norte terá outra estrela Polar num futuro igualmente distante, devido ao movimento do cosmos: a estrela Alrai, localizada a 45 anos-luz da Terra, deve concluir o alinhamento com o Pólo Norte da Terra por volta do ano 3.000.

A mina de meteoritos

Todos os dias, milhares de pedaços de rocha entram em nossa atmosfera. A grande maioria desses pedaços são tão pequenos e tão rápidos que se vaporizam por completo em nossa atmosfera. Dos que chegam à superfície, a maior parte cai no mar, já que a Terra tem 75% de sua superfície coberta por oceanos. Bom, daqueles que “sobrevivem” a isso tudo e são coletados, a maior parte parece ter a mesma origem. Através de análises químicas é possível indicar de onde o meteorito partiu, há pedaços de Marte, da Lua, mas aparentemente a maior parte deles deve ter vindo de Vesta, no cinturão de asteróides. Vesta é um asteróide gigante que de tão grande é considerado um planeta que não deu certo. Além disso, ele deve conservar as características originais desde a sua formação quando o próprio Sistema Solar se formou. Por esses (e outros motivos) a sonda Dawn está atualmente em sua órbita, estudando-o. Depois de Vesta, a sonda com seu revolucionário sistema de propulsão iônica vai se dirigir a Ceres, que também parece ser outro planeta que falhou. Aliás, Ceres é classificado como um planeta-anão. Voltando a Vesta, os astrônomos sempre se perguntaram por que tantos meteoritos parecem ter a mesma origem. Por que quase um terço deles teria partido de Vesta? Uma boa pista foi dada agora, pela Dawn. As imagens enviadas pela sonda mostram uma montanha gigantesca de quase 20 km de altura bem no pólo sul. A teoria é que quando Vesta ainda estava se formando, um corpo menor se chocou violentamente e “levantou” essa montanha, ainda sem nome. Nesse impacto violento, toneladas de material foram lançadas ao espaço. Esse material, depois de muito vagar, chegou à Terra e hoje está em museus ou laboratórios. Para tentar confirmar essa hipótese, os cientistas da Dawn vão comparar a idade e a composição química dos meteoritos, com a região de onde eles teriam partido. Tudo à distância, a Dawn não vai pousar em Vesta, as comparações serão feitas a partir do número de crateras ao redor da montanha e das diferenças sutis de cores no solo. As câmeras da Dawn têm capacidade de detectar essas diferenças e correlacioná-las com a composição química do terreno, que deve ser similar à dos meteoritos na Terra, para que essa teoria seja plausível. Ainda será preciso muito trabalho, mas um grande passo já foi dado para se resolver esse mistério.

Créditos: G1 - Observatório

A estrela de Belém

Desde sempre, muita gente tem tentado dar uma explicação científica para o aparecimento de uma estrela no céu e que ainda por cima indicasse o caminho até o local do nascimento de Jesus. Vários historiadores e arqueoastrônomos têm tentado correlacionar essa descrição bíblica com algum evento astronômico que tenha ocorrido na mesma época. E então? Para começo de conversa ninguém sabe ao certo quando Cristo nasceu. Acredita-se que teria sido em um ano anterior a 4 a.C.. A própria data de 25 de dezembro é controversa e não deve corresponder à data verdadeira. Ela foi convenientemente escolhida pela igreja para coincidir com uma festa pagã em honra ao Sol. Vinte e cinco de dezembro é bem próximo do solstício de inverno no hemisfério norte. Historiadores e especialistas apontam o mês de agosto como o mais provável e algo em torno do dia 21. Tudo isso baseado em relatos bíblicos pouco precisos que não são registros históricos confiáveis. Para tentar encontrar algum evento astronômico que possa ter alguma ligação com essa estrela, é necessário que saibamos com boa precisão a data em que ela teria aparecido. Os principais suspeitos são: um cometa, uma explosão de supernova ou nova ou ainda uma conjunção de planetas. Seja lá qual evento tenha ocorrido, ele deve ter sido transitório, mas com alguns dias de duração e visível a olho nu na região da Judéia. Cometas seriam a explicação ideal, já que eles aparecem “de repente”, ficam pouco tempo no céu e ainda por cima têm um aspecto de estrela com cauda. Durante algum tempo, o cometa Halley foi associado com a estrela de Belém, mas cálculos de sua órbita mostram que ele teria passado no ano 12 a.C., muito antes do nascimento de Cristo. Essa hipótese era bem popular no século XVI e na “Adoração dos Magos”, de Giotto, a Estrela de Belém é retratada como o Halley. Nenhum dos cometas conhecidos e catalogados teria passado com brilho suficiente para serem detectado a olho nu entre os anos 7 a.C. e 2 d.C.. Se fosse mesmo um cometa, ele teria de ser um desses esporádicos, sem órbita periódica ou que tenha sido destruído em algum momento. Não há relatos de novas ou supernovas visíveis durante essa época, apesar de chineses relatarem o aparecimento de um novo astro no ano de 5 a.C.. Mas esses relatos não são precisos o suficiente nem para dizer se era uma nova/supernova ou sequer um cometa e mesmo assim a data é muito fora do que se acredita que tenha sido o ano do nascimento. Ainda assim, conheço alguns astrônomos que já tentaram encontrar um remanescente de supernova, ou seja, uma estrela de nêutrons ou um buraco negro, na posição mais suspeita de ter ocorrido uma explosão dessas. Esses remanescentes de supernova podem ser encontrados com telescópios de raios-X ou rádio telescópios, mas nada foi achado até agora. Já as conjunções entre planetas ou entre planetas e estrelas brilhantes aconteceram com alguma frequência durante esse período. Entretanto, em nenhuma delas os astros se aproximaram tanto no céu para que pudessem ser confundidos com um astro só, como se formassem uma única estrela brilhante. Como conclusão, do ponto astronômico, não há nada que possa indicar um fenômeno ou ocorrência que possam ser associados à aparição de uma estrela guia. Talvez essa estrela seja mais uma metáfora bíblica que possa significar uma interpretação de tradições religiosas, ou que tenha dado ao nascimento de Cristo uma posição no céu. Mas disso não posso falar muito.

Créditos: G1 - Observatório

Pequenas colisões e grandes dilatações

Cada imagem, cada foto que se faz da Lua, existe uma história por trás, que deve ser conhecida. Na imagem acima, não a cratera Plato e seu interior com cavidades e um grande pedaço do anel da cratera caído, nem as colinas de material ejetado do Mare Imbrium que o magma deve ter formado os belos e sinuosos canais. Olhando além do Mare Frigoris e de suas cadeias podemos encontrar uma região interessante. Existe uma explicação para a formação de cadeias de mares concêntricas em um mar circular, elas resultam de uma parte do amontoado solidificado de lavas fraturadas e desabadas sobre a parte adjacente devido a uma massa que teve que se ajustar num volume menor à medida que a bacia sofria sua subducção. Essa explicação não parece se aplicar às cadeias como essas no Mare Firgoris. As cadeias de mares normalmente têm diferentes origens. Por exemplo, no centro da imagem parece que uma ondulação bem baixa se estende por através de uma região estreita do Mare Firgoris e alguns saltos são vistos a leste. Imagens com o Sol alto sugerem que existem três pequenos picos no meio dessa ondulação, como os encontrados no meio das ondulações vulcânicas de Valentine dome. Já uma imagem com o Sol baixo mostra uma ondulação larga abraçando a linha de costa da cratera Plato. Pode-se imaginar que essas ondulações baixas se formaram quando gases vulcânicos ou de magma ascenderam sob um fluxo de lava perto da superfície, sendo assim infladas. Nós podemos ver feições parecidas com essas nos fluxos de lava do Havaí, mas essas feições no Havaí possuem apenas poucos metros de diâmetro e não 10 ou mais quilômetros.

Créditos: LPOD

NASA encontra nave perdida no lado escuro da Lua

Os cientistas da NASA dizem terem encontrado o local de choque de uma sonda com a Lua (primeira imagem), acidente esse que ocorreu na década de 1960. Para quem viu o filme Transformers – O Lado Escuro da Lua, pode pensar em alguma semelhança com o início do filme, mas não. Os cientistas acreditam que essa sonda seja a Lunar Orbiter 2 que desapareceu em 1967 durante uma passagem pelo lado escuro da Lua, enquanto a sonda ficou fora dos telescópios e perdeu a comunicação de rádio. O principal objetivo da sonda Lunar Orbiter 2 era documentar áreas da Lua que seriam mais hospitaleiras para o pouso das missões Apollo e Surveyor. Durante seu período em órbita da Lua a sonda registrou 609 imagens de alta resolução e 208 quadros de tamanho intermediário. Entre essas imagens, está a segunda imagem do post, da cratera Copernicus, tida por muitos como sendo a imagem do século. Em 11 de Outubro de 1967 a sonda foi desligada de forma proposital, porém o local onde ela caiu até hoje não foi identificado com certeza. Acredita-se agora que a sonda acidentada tenha sido identificada pela Lunar Reconnaissance Orbiter, ou LRO que atualmente mapeia a Lua com um detalhe sem precedentes na história. Durante a sua missão, a LRO já juntou mais de 192 terabytes de dados, o que é algo equivalente a 41.000 DVDs de dados, imagens e mapas. Entre um dos achados mais espetaculares da LRO está a descoberta do ponto mais frio do Sistema Solar, uma cratera perto do pólo norte da Lua que tem uma temperatura aproximada de 213 graus Celsius negativos.

Créditos: Discovery

O que aconteceria se eu caísse em um buraco negro?

“Essa é uma pergunta dividida em duas. Aqui na Terra, nós temos as marés. Elas funcionam basicamente com a lua puxando mais um lado da Terra, e como resultado o globo se alonga levemente, dependendo da posição do satélite. Mas a Terra é robusta, então você não a vê se movendo muito, mas a água é líquida, fluindo para o lado alongado”, diz Charles Liu. Agora, quando você chega perto de um buraco negro, essa interação é aumentada absurdamente. Se você fosse, por exemplo, pular de ponta no buraco, o topo da sua cabeça sentiria muito mais a força gravitacional, até que você parecesse pasta de dente saindo do tubo. Eventualmente você viraria um amontoado de partículas subatômicas que são sugadas para dentro do buraco negro. O que pode ser ainda mais interessante de se pensar é o que acontece se você entra em um buraco negro e de algum modo consegue não ser estraçalhado. Acontece que, quanto maior o buraco, menos extrema sua superfície é. Se você tem um buraco negro, digamos, do tamanho da Terra, com certeza iria virar espaguete. Mas se ele for do tamanho do sistema solar, então as forças no “horizonte do evento” – isso é, o ponto sem retorno do buraco negro – não são assim tão fortes. Nesse caso, você até poderia manter a integridade. Nessa situação, o que acontece quando você começa a experimentar os efeitos da curvatura do tempo e do espaço, prevista pela teoria geral da relatividade de Einstein? Primeiro de tudo, você se aproximaria da velocidade da luz, conforme entra no buraco negro. Então, quanto mais rápido você se movesse pelo espaço, mais devagar se moveria o tempo. E ainda mais, conforme você cairia, coisas estariam caindo na sua frente experimentariam uma dilatação temporal ainda maior. Então se você olhasse para frente, veria cada objeto que caiu lá no passado. E se você olhasse para trás, conseguiria ver tudo que um dia vai cair atrás de você. O ponto é: você veria a história inteira daquele ponto do universo simultaneamente, do Big Bang até o futuro distante. Incrível, não?

Créditos: Hypescience

Blue Marble da Terra por Suomi NPP

Observem na imagem acima uma das mais detalhadas imagens da Terra já criadas. Essa montagem conhecida como Blue Marble da Terra, foi criada a partir de fotografias feitas pelo instrumento Visible/Infrared Imager Radiometer Suite, ou VIIRS que viaja na órbita da Terra a bordo do satélite Suomi NPP e mostra detalhes espetaculares do nosso planeta. O satélite Suomi NPP foi lançado em Outubro de 2011 e foi renomeado na última semana em homenagem a Verner Suomi normalmente considerado o pai da meteorologia por satélite. A composição foi criada a partir de dados obtidos durante quatro órbitas do satélite feitas no início do mês de Janeiro de 2012 e projetadas sobre um globo. Muitas feições da Améria do Norte e do hemisfério ocidental da Terra são particularmente visíveis na versão maior da imagem. Várias outras imagens do tipo Blue Marble da Terra já foram criadas, algumas até com resolução maior que essa.

Créditos: APOD

domingo, 29 de janeiro de 2012

As densas nuvens de IC 4603

As densas nuvens de IC 4603 fazem lembrar uma pintura impressionista. O efeito não é criado com truques digitais, mas por imensas quantidades de poeira interestelar. Esta é dispersada à medida que a estrela morre e cresce. As densas nuvens são opacas à luz visível e podem esconder completamente o que está por trás delas. Nas nuvens menos densas, a capacidade do pó preferencialmente reflectir a luz estelar azul torna-se importante, efetivamente florescendo a luz das estrelas e marcando a poeira dos arredores. As emissões gasosas, regularmente em tons avermelhados, podem combinar para formar áreas que mais parece terem saído da imaginação de um pintor. Na imagem acima, temos as nebulosas IC 4603 e IC 4604 perto da brilhante estrela Antares, na direção da constelação de Escorpião.

Créditos: Astronomia On-line

NGC 6188

NGC 6188 é um carrossel interestelar de jovens estrelas azuis, gás vermelho e quente, e poeira escura e fria. A uns 4.000 anos-luz no disco da nossa Galáxia. NGC 6188 é o lar da associação Ara OB1, um grupo de jovens e brilhantes estrelas cujo núcleo forma o enxame aberto NGC 6193. Estas estrelas são tão brilhantes que parte da sua luz azul é refletida pela poeira interestelar formando o tom azul difuso na parte de cima da imagem. O enxame NGC 6193 formou-se há aproximadamente 3 milhões de anos a partir do gás dos arredores, e parece irregularmente rico em próximos sistemas estelares binários. O brilho vermelho visível por toda a foto deriva do hidrogênio gasoso aquecido pelas brilhantes estrelas em Ara OB1. O pó escuro que bloqueia uma parte da luz de NGC 6188 foi provavelmente formado nas atmosferas exteriores de estrelas mais frias e em material ejetado por supernovas.

Créditos: Astronomia On-line

2012 BX34

Confira no vídeo acima o asteróide 2012 BX34, que passou bem próximo da Terra, há dois dias atrás.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Labareda solar da classe X2


A mancha solar 1402 continua a liberar labaredas no Sol com muita intensidade. Às 18:37 UT de sexta-feira, dia 27 de Janeiro de 2012, essa região ativa produziu uma labareda classificada na maior das categorias das labaredas solares, ou seja, uma labareda da classe X. Para ser mais exato uma X2. Como essa região ativa estava em rotação no limbo do Sol, a erupção não foi lançada diretamente para a Terra. Mas os prótons energéticos acelerados pela explosão estão agora ao redor do nosso planeta e uma tempestade de radiação de classe S1 está em progresso. A tempestade de radiação de classe S1 é a mais baixa de todas numa classificação que vai de S1 até S5 e não tem nenhum impacto biológico, nenhuma operação de satélite será impactada mas alguns efeitos menores em rádios de alta frequência podem ser notados. O vídeo acima foi feito com imagens obtidas pela sonda SDO da NASA e mostra detalhes dessa erupção solar.

Créditos: Cienctec

Britânico descobre novo "planeta" participando de programa de TV

Um espectador do programa de TV da BBC Stargazing Live descobriu o que seria um novo planeta aproximadamente do tamanho de Netuno e que teria condições de temperatura e ambiente similares às de Mercúrio. O astro orbita a estrela chamada SPH10066540 e seria cerca de quatro vezes maior que a Terra. Os pesquisadores ainda precisam se certificar de que trata realmente de um planeta. O britânico Chris Holmes teria feito a descoberta ao atender a um pedido do programa para que seus espectadores utilizassem dados coletados pelo telescópio espacial Kepler, da Nasa, com informações relativas a possíveis novos planetas. "Eu nunca tinha tido um telescópio. Tinha um interesse vago sobre onde as coisas se situam nos céus, mas não passava muito disso", disse o astrônomo amador Chris Holmes. Ele encontrou o novo planeta ao analisar imagens de estrelas no site Planethunters, uma colaboração entre a Universidade de Yale e o projeto científico realizado por amadores do Zoouniverse. De acordo com o cientista Chris Lintott, da Universidade de Oxford e um dos organizadores do Planethunters, ainda será preciso realizar mais testes para se certificar plenamente de que a nova descoberta é de fato um planeta, mas ele acrescenta que tudo o leva a crer que sim. "Se comprovada, esta será a nossa quinta descoberta desde que o projeto teve início e primeira feita por um britânico", afirma. O telescópio Kepler, em atividade desde 2009, vem promovendo buscas em uma parte do espaço que muitos acreditam ser similar ao nosso sistema solar.

Créditos: Terra

Dia da Lembrança

Os astronautas da Apollo 1 (Virgil I. “Gus” Grissom, Edward H. White II, Roger B. Chaffee) morreram dia 27 de Janeiro de 1967.

Os astronautas do Challenger (Ellison Onizuka, Michael Smith, Christa McAuliffe, Dick Scobee, Gregory Jarvis, Judith Resnick, Ronald McNair) morreram dia 28 de Janeiro de 1986.

Os astronautas do Columbia (David Brown, Rick Husband, Laurel Clark, Kalpana Chawla, Michael Anderson, William McCool, Ilan Ramon) morreram dia 1 de Fevereiro de 2003.


Celebração feita pela NASA, do Dia da Lembrança, que é uma ocasião para homenagear os 17 astronautas que morreram na exploração espacial.

Créditos: AstroPT

A complexa textura do hemisfério sul do Vesta

Essa imagem feita com a câmera de enquadramento da sonda Dawn, mostra a textura da superfície na parte do hemisfério sul do asteróide Vesta. Essa região fica um pouco ao norte da principal estrutura Rheasilvia. Essa imagem é dominada pelo terreno enrugado do hemisfério sul do Vesta, que é visto aqui como um conjunto de grandes e arqueadas feições de cadeias e depressões. Essas cadeias e depressões correm quase que horizontalmente pela imagem. Existe outro conjunto de pequenas rugas que correm diagonalmente através da imagem. Elas parecem se cortarem e parecem ser mais jovens que as depressões e cadeias. Essas rugas parecem formar uma complexa rede e tem no mínimo 500 metros de largura em média. Existe também uma grande cratera na parte inferior da imagem, que tem um anel bem definido e jovem e feições de escorregamento ao longo do anel e da lateral. Contudo, essa imagem não contém muitas crateras, o que não é esperado já que ela está localizada na parte mais castigada por crateras no hemisfério sul de Vesta. Essa imagem está centrada no quadrante Pinaria de Vesta e as coordenadas do centro da imagem são 63.2 graus de latitude sul, 77.0 graus de longitude leste. A sonda Dawn da NASA obteve essa imagem no dia 29 de Agosto de 2011. No momento da imagem a sonda encontrava-se a 2.740 quilômetros de distância do asteróide e a resolução da imagem é de 250 metros por pixel. Essa imagem foi adquirida durante a fase de pesquisa da missão.

Créditos: DAWN

Pytheas

Dentro do anel sul da cratera Pytheas na Lua, localizada nas coordenadas 20.55 graus de latitude norte e 20.6 graus de longitude leste está uma grande combinação de camadas de basalto de mar, de fluxo granular e de depósitos de talude. No canto inferior esquerdo da imagem é possível ver os detalhes da erosão onde o material granular caiu longe do resto da superfície próxima ao anel. O rebento de alta refletância de material fluiu em uma faixa estreita sobre as camadas de basaltos de mar de refletância mais baixa, então após limpar o basalto, finalmente se dispersou em um cone amplo de depósito de talude. Na Lua esses depósitos de talude são criados inteiramente pela gravidade, mas na Terra o vento e a água possuem um papel importante na sua formação. Pytheas foi um geógrafo grego e um explorador que viveu na Terra por volta de 325 a.C.. Ele era da colônia grega que hoje é Marselha na França. Ele é especialmente importante para a geologia lunar já que foi ele o primeiro a relatar que as marés oceânicas na Terra eram provavelmente influenciadas pelas fases da Lua.

Créditos: LROC

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mais 11 sistemas planetários descobertos pelo Kepler

A equipe da missão Kepler acaba de anunciar a descoberta de 11 novos sistemas planetários, num total de 26 novos planetas e vários outros ainda por confirmar. A imagem acima mostra a “foto de família” destes sistemas, do Kepler-23 ao 33. Cada sistema novo corresponde a uma coluna, com os planetas confirmados representados a verde e com nomes oficiais do tipo Kepler-#b, -#c, -#d, etc. Os outros possíveis planetas estão coloridos a violeta e têm ainda apenas denominações temporárias do tipo KOI-#.# (KOI = Kepler Object of Interest, os números referem-se a um catálogo interno da equipe). Os planetas têm raios entre 1.5 vezes e 14.4 vezes o da Terra (Júpiter = 11.2 vezes o raio da Terra), tendo 15 deles raios inferiores a Netuno. Os sistemas têm entre 2 a 5 planetas confirmados cujos períodos orbitais variam entre os 6 e os 143 dias. Estamos portanto falando de planetas que orbitam as respectivas estrelas hospedeiras a uma distância inferior à de Vênus ao Sol. Em sistemas com uma configuração tão compacta, a atração gravitacional mútua entre os planetas provoca acelerações e desacelerações nos movimentos orbitais. Como resultado, os planetas deixam de realizar os seus trânsitos pela estrela pontualmente quando vistos a partir da Terra. Umas vezes chegam atrasados, outras adiantados. Este efeito é designado de Variação na Periodicidade dos Trânsitos (Transit Timing Variations ou TTV). A amplitude do efeito para cada planeta é uma função complexa das configurações orbitais dos planetas e, em especial, das suas massas. Por outras palavras, a observação deste efeito num sistema múltiplo durante um intervalo de tempo suficiente permite deduzir as massas individuais dos planetas, sem recurso a outras técnicas como a velocidade radial. Esta técnica tem ainda a vantagem de permitir a determinação da massa de planetas semelhantes à Terra ou mesmo menos maciços, algo impraticável atualmente com outras técnicas. Esta foi a técnica utilizada para confirmar os planetas nos 11 sistemas agora descobertos e estimar (até agora pelo menos) um limite máximo para a sua massa. Outra descoberta interessante está relacionada com a estabilidade gravitacional dos sistemas. Afinal de contas, ter vários planetas a orbitar uma estrela a tão pouca distância não parece muito saudável. Mais tarde ou mais cedo, uma aproximação menos prudente entre dois planetas pode provocar a ejeção de um deles do sistema ou obrigar à reconfiguração radical do mesmo. A equipe da missão Kepler descobriu que em vários destes sistemas existem “configurações ressonantes”. Isto quer dizer que os períodos orbitais dos planetas estão relacionados entre si pela razão entre dois números inteiros pequenos. Por exemplo, nos sistemas Kepler-25, 27, 30, 31 e 33, existem pares de planetas nos quais o planeta interior orbita a estrela duas vezes por cada órbita completa do planeta mais exterior. Estas ressonâncias são do tipo 1:2 (1 órbita do planeta exterior por 2 órbitas do planeta interior). Em outros quatro sistemas, Kepler-23, 24, 28 e 32, existem pares de planetas em que o planeta mais interior realiza 3 órbitas no mesmo tempo que demora o mais exterior a realizar 2 órbitas. Tratam-se de ressonâncias de tipo 2:3. No nosso sistema solar, é uma ressonância deste último tipo que estabiliza a interação entre Netuno e Plutão, apesar da órbita deste último intersectar a de Netuno. A ressonância orbital impede a colisão dos planetas a longo prazo. Da mesma forma, as ressonâncias descobertas pela equipe da missão Kepler têm provavelmente um papel fundamental na estabilização destes sistemas planetários tão compactos.

Créditos: AstroPT

NGC 3239 e SN 2012A

Com aproximadamente 40.000 anos-luz de diâmetro, a bela e irregular galáxia NGC 3239 localiza-se perto do centro desse adorável campo de galáxias na constelação rica em ilhas do universo de Leo, o Leão. A uma distância de 25 milhões de anos-luz, ela domina o quadro acima, mostrando estruturas arranjadas de forma peculiar, jovens aglomerados estelares azuis e regiões de formação de estrelas, sugerindo que a NGC 3239, também conhecida como Arp 263 é o resultado de um processo de fusão entre galáxias. Aparecendo perto do topo da bela galáxia está uma brilhante estrela pertencente à Via Láctea que aparece em primeiro plano, quase que diretamente alinhada com o nosso ângulo de visão da NGC 3239. A NGC 3239 ainda é notável por hospedar a primeira supernova identificada em 2012, designada de SN 2012A. Ela foi descoberta no começo do mês de Janeiro pelos caçadores de supernovas Bob Moore, Jack Newton e Tim Puckett. A SN 2012A está um pouco abaixo e a direita da brilhante estrela de primeiro plano. Claro que com base no tempo de viagem da luz para a NGC 3239, a explosão da supernova ocorreu a 25 milhões de anos atrás, disparada pelo colapso do núcleo de uma estrela massiva.

Créditos: APOD

Nuvem gigante vai colidir com a Via Láctea!

Uma nuvem gigante de gás foi descoberta em 1963 pelo astrônomo Gail Smith. A nuvem foi denominada de Smith’s Cloud – a Nuvem de Smith. A nuvem vai colidir com a nossa Galáxia, e trará consequências incríveis para nós. A nuvem terá passado pela Via Láctea há cerca de 70 milhões de anos atrás. Essa interação gravitacional distorceu o objeto e agora a nuvem parece ter a forma de um cometa. A nuvem tem uma massa equivalente a pelo menos 1 milhão de sóis, e mede cerca de 10.000 anos-luz de comprimento. A parte mais próxima desta nuvem encontra-se atualmente a 8.000 anos-luz da nossa Galáxia, e a cerca de 40.000 anos-luz da Terra. A nuvem move-se a cerca de 70 km por segundo. A colisão entre a nuvem e a Via Láctea será dentro de cerca 30 milhões de anos. Por isso, estejam descansados! Nessa altura, a colisão produzirá uma “explosão” de formação estelar. A colisão será longe da Terra, por isso o evento produzirá um espetáculo excelente para os astrônomos que existirem nessa altura.

Créditos: AstroPT

Lembrando a Apollo 1

No dia 27 de Janeiro de 1967, a tripulação da Apollo 1, composta por Virgil I. “Gus” Grissom, Edward H. White II e Roger B Chaffe, foi morta quando um incêndio eclodiu na cápsula durante um teste. A Apollo 1 foi originalmente designada como AS-204, mas depois do incêndio, as viúvas dos astronautas requisitaram que a missão fosse lembrada como Apollo 1 e as seguintes missões seriam numeradas de maneira subsequente a essa primeira missão que nunca teve a chance de viajar até ao espaço.

Créditos: NASA

Asteróide 2012 BX34 passará hoje perto da Terra

O asteróide 2012 BX34 foi descoberto há 2 dias atrás. O asteróide é relativamente pequeno, com somente 11 metros. Passará hoje perto da Terra, a cerca de 60.000 km (muito mais perto que a Lua). Não será visível a olho nú. A hora da passagem é cerca das 12h30m (hora de Belém-Pará).

Créditos: AstroPT

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Supernova Primo: além da fronteira

Quando a estrela progenitora explodiu cerca de 9 bilhões de anos atrás, a SN Primo enviou sua brilhante fonte de luz ao longo do tempo e do espaço que pode ser captada pelo telescópio espacial Hubble. Ao dividir sua luz em cores constituintes, os pesquisadores podem verificar a sua distância por redshift e ajudar os astrônomos a entender melhor não só o Universo em expansão, mas também a natureza da energia escura que impulsiona a aceleração cósmica. As supernovas do tipo Ia se originam a partir de estrelas anãs brancas que têm recolhido um excesso de material de suas companheiras e explodem. Devido à sua natureza remota, elas têm sido utilizadas para medir grandes distâncias com uma precisão aceitável. "Em nossa busca de supernovas, é apenas o começo do que podemos fazer em luz infravermelha", disse Adam Riess, laureado com o Nobel de Física de 2011 e pesquisador principal do projeto, no Space Telescope Science Institute e da Universidade Johns Hopkins em Baltimore. No entanto, a descoberta de uma supernova como a SN Primo não ocorre da noite para o dia. Depois de captar o alvo evasivo em outubro de 2010, foi empregado o espectrômetro WFC3 (Wide Field Camera 3) para validar a distância da SN Primo e analisar os espectros para a confirmação de um evento de supernova tipo Ia. Uma vez verificado, a equipe continuou coletando dados durante os oito meses seguintes. "Se olharmos para o Universo primordial e medir uma queda no número de supernovas, então pode ser que isso leva muito tempo para fazer uma supernova Tipo Ia", disse o membro da equipe Steve Rodney da Universidade Johns Hopkins. Ao envolver o Hubble neste tipo de censo, os astrônomos esperam ainda mais sua compreensão de como tais eventos são criados.

Créditos: Astro News

Dawes

A parede da cratera Dawes, na Lua, localizada nas coordenadas, 17.21 graus de latitude norte e 26.32 graus de longitude leste, contém seções de espetaculares camadas de basaltos de mares. Contudo, a perda de massa, um processo geológico onde o material se move caindo pelas paredes da cratera graças a gravidade, iniciou a cobertura parcial desses maravilhosos afloramentos lunares. Fluxos granulares começaram acima do afloramento e então fluíram parede a baixo até o interior da cratera. Como pode ser visto na imagem acima. A topografia do afloramento de basalto fez com que o fluxo desviasse em passagens mais estreitas, longe de uma única passagem de fluxo diretamente para o interior da cratera. Como a cratera Dawes tem bilhões de anos de vida, o afloramento de basalto de mar eventualmente será totalmente coberto por material granular devido ao escorregamento das paredes da cratera e também devido à continuidade do processo de perda de massa.

Créditos: LROC

NGC 4449: Fluxo de estrelas de uma galáxia anã

Localizada a “apenas” 12,5 milhões de anos-luz de distância da Terra, a galáxia irregular anã, conhecida como NGC 4449 situa-se dentro da constelação de Canes Venatici, os Cães de Caça. Com um tamanho aproximadamente semelhante ao da galáxia satélite da Via Láctea, a Grande Nuvem de Magalhães, a NGC 4449 está passando por um intenso processo de formação de estrelas, processo esse que é evidenciado pelos jovens aglomerados de estrelas azuis, pelas regiões rosadas de formação de estrelas e pelas nuvens de poeira obscuras que aparecem na imagem acima com clareza. Essa galáxia também tem a distinta característica de ser a primeira galáxia anã com uma corrente de estrelas de marés identificado, como pode ser visto de maneira apagada na parte inferior direita da imagem. A imagem acima mostra em detalhe essa corrente de estrelas que pode ser notado possuir estrelas gigantes vermelhas. A corrente de estrelas na verdade representa a parte remanescente de uma galáxia satélite ainda menor, corrompida pela força gravitacional e destinada a se fundir com a NGC 4449. Com uma quantidade relativamente pequena de estrelas acredita-se que as galáxias menores possuam extensos halos de matéria escura. Mas como a matéria escura interage gravitacionalmente, essas observações oferecem a chance de examinar o significante papel da matéria escura nos eventos de fusão de galáxias. A interação provavelmente é responsável pela explosão de novas estrelas na NGC 4449 e oferece uma tentadora idéia sobre como galáxias pequenas são montadas durante o tempo.

Créditos: APOD

As galáxias de maior massa que existem atualmente tiveram vidas muito ativas no passado

Utilizando o telescópio APEX, uma equipe de astrônomos descobriu a melhor relação encontrada até hoje entre os mais intensos episódios de formação estelar no Universo primordial e as galáxias de maior massa que se observam atualmente. As galáxias, em pleno crescimento devido a fortes episódios de formação estelar no Universo primitivo, viram o nascimento de novas estrelas parar abruptamente, deixando-as como galáxias de elevada massa – mas passivas – com estrelas a envelhecer no Universo atual. Os astrônomos pensam ter encontrado o provável culpado desta súbita travagem na formação estelar: a emergência de buracos negros supermassivos. As galáxias estão tão distantes que a sua luz demorou cerca de dez bilhões de anos para chegar até nós, por isso estamos a observá-las tal como eram há cerca de dez bilhões de anos atrás. Nestas fotografias do Universo primordial as galáxias estão sujeitas ao tipo de formação estelar mais intensa que se conhece, a chamada formação estelar explosiva. As novas observações indicam que a formação estelar explosiva nestas galáxias distantes durou uns meros 100 milhões de anos – um tempo muito curto em termos cosmológicos – no entanto, durante este breve período, a quantidade de estrelas nas galáxias duplicou. A paragem abrupta deste crescimento tão rápido corresponde a outro episódio na história das galáxias, o qual não se compreende ainda muito bem. Os resultados da equipe apontam para uma possível explicação: nessa fase da história do cosmos, as galáxias com formação estelar explosiva aglomeram-se de modo muito semelhante aos quasares, o que indica que estes últimos são encontrados nos mesmos halos de matéria escura. Os quasares estão entre os objetos mais energéticos do Universo – faróis galácticos que emitem intensa radiação, alimentados por um buraco negro supermassivo situado nos seus centros. Existem cada vez mais evidências que sugerem que a formação estelar explosiva intensa alimenta também o quasar, com enormes quantidades de matéria a serem sugadas pelo buraco negro. O quasar, por sua vez, emite enormes quantidades de energia que se pensa que limparão o restante gás da galáxia – a matéria prima necessária à formação de novas estrelas – travando assim de maneira eficaz a fase de formação estelar. “Em poucas palavras, a intensa formação estelar dos dias de glória das galáxias acabou também por ser a sua perdição ao alimentar os buracos negros nos seus centros, os quais rapidamente limpam ou destroem as nuvens de formação estelar,” explica David Alexander (Durham University, RU), um membro da equipe.

Créditos: AstroPT

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Brayley G

A cratera de impacto na Lua destacada no post de hoje referente às descobertas feitas pela sonda LRO localiza-se na borda de outra cratera de impacto conhecida como Brayley G, contudo, essa cratera é muito provavelmente uma cratera vulcânica. A Brayley G é uma bela abertura vulcânica localizada num ambiente de mar da Lua, nas coordenadas 24.2 graus de latitude norte e 36.4 graus de longitude leste. Em 2008 antes da sonda LRO ser lançada, o que se escrevia sobre a cratera Brayley G era fruto das observações feitas pelas missões Apollo. Hoje temos orgulho de apresentar o mosaico feito pela câmera NAC da sonda LRO com 3 quilômetros de largura e menos de 5 quilômetros de comprimento. Abaixo você pode comparar as imagens feitas pelas missões Apollo 15 e 17 com as imagens feitas pela LRO. Note que as diferenças na iluminação, ou seja, no ângulo de incidência do Sol no momento da imagem destaca diferentes feições da Brayley G. No caso da imagem feita pela Apollo o ângulo de incidência maior destaca a morfologia das bordas da abertura e as falhas concêntricas. O ângulo de incidência menor da imagem NAC da sonda LRO revela o interior da cratera Brayley G que contém muitos pedaços de rochas ao longo de sua parede interna e mais feições de colapso. Como então os cientistas podem identificar diferenças entre uma abertura vulcânica e uma cratera de impacto? Grande parte das crateras lunares possuem a forma tradicional de uma taça e depressões circulares com anéis em destaque. Quando um impacto ocorre ele escava o material da subsuperfície e balisticamente ejeta esse material para longe do ponto de impacto. Esse processo deixa uma cobertura visível de material ejetado ao redor do anel da cratera. Com o tempo, a erosão e o deslizamento das paredes da cratera degradam e eventualmente removem o anel elevado da cratera. Estudando exemplos de impactos pequenos e recentes mostram que existe uma ligação entre esses processos físicos e as feições em superfície que são deixadas para trás. Aberturas vulcânicas, por sua vez, normalmente não são circulares e elas não possuem anéis destacados. Como as aberturas vulcânicas não têm cobertura de material ejetado, elas podem ser envolvidas por um halo de material piroclástico remanescente de erupções passadas. A cratera Brayley G é muito provavelmente uma abertura vulcânica já que ela não possui um anel elevado em destaque, é oblíqua em sua forma, ou seja, não é circular e não tem cobertura de material ejetado. Existem também linhas concêntricas na borda interna da Brayley G, que podem ser a evidência de falhas concêntricas, deixadas ali pelo colapso parcial da abertura. Algumas depressões podem também ser formadas pelo colapso de uma cavidade em subsuperfície como um tubo de drenagem de lava.

Créditos: LROC

Opportunity faz imagem do Greeley Haven em Marte

Onde você deveria passar o inverno se estivesse em Marte? À medida que o inverno se aproxima no hemisfério sul de Marte, desde o último mês de Novembro, o veículo robô Opportunity tem esse problema, ela precisa ir para algum lugar. A reduzida quantidade de luz solar que irá impactar os painéis solares da Opportunity durante essa estação combinada com a potência extra necessária para manter os equipamentos aquecidos pode esgotar totalmente as baterias da Opportunity durante o inverno. Devido a isso, a Opportunity foi instruída a escalar um pequeno monte com uma parede com 15 graus de inclinação da Greeley Haven, que tem seu talude mostrado na imagem acima. Com essa escalada a potência da Opportunity irá aumentar já que os painéis solares do veículo terão uma exposição maior ao Sol, enquanto ao mesmo tempo dá ao veículo um ponto com uma visão ótima para ser explorada durante o inverno. Visível à distância, além da Greeley Haven, localiza-se a expansiva Cratera Endeavour, a antiga bacia de impacto que a Opportunity irá continuar explorando depois que o inverno apagar em alguns meses, se ela sobreviver a essa inóspita estação.

Créditos: APOD

Raios e correntes

A imagem acima mostra alguns grupos de crateras de tamanhos similares arranjadas aproximadamente de forma linear na superfície de Mercúrio. Correntes de crateras como essa são algumas vezes formadas por erupções vulcânicas, mas as crateras aqui mostradas foram geradas por meio de impactos secundários. A formação de uma grande cratera ou bacia pode ejetar blocos de material ao longo de trajetórias radiais. Os blocos então algumas vezes atingem a superfície aproximadamente na mesma localização produzindo correntes de crateras secundárias. Materiais ejetados mais finos podem formar faixas brilhantes conhecidas como raios das crateras.

Créditos: MESSENGER

Redemoinhos numa galáxia espiral barrada

Na região central da galáxia está uma barra constituída de estrelas dentro de um anel oval. Mais adiante, um conjunto de braços espirais formam um anel circular ao redor da galáxia. A NGC 2217 é, portanto, classificada como uma galáxia espiral barrada, e sua aparência circular indica que a vemos quase de frente. Os braços espirais exteriores têm uma cor azulada, indicando a presença estrelas jovens, luminosas e quentes, nascidas fora das nuvens de gás interestelar. O bojo central e barra apresentam uma aparência amarelada, devido à presença de estrelas mais velhas. Estrias escuras também podem ser vistas em alguns locais dos braços da galáxia e do bojo central, onde a poeira cósmica bloquea algumas das estrelas. A maioria das galáxias espirais no Universo local - incluindo a nossa Via Láctea - paracem ter uma barra de algum tipo, e estas estruturas desempenham um papel importante no desenvolvimento de uma galáxia. Elas podem, por exemplo, canalizar o gás em direção ao centro da galáxia, ajudando no abastecimento de um buraco negro central, ou para formar novas estrelas.

Créditos: ESO

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O que se esconde nas sombras da Lua?

Algumas das áreas mais intrigantes da Lua são também as mais difíceis de ver. Esses pontos, chamados de regiões com sombras permanentes, estão sempre escuros e não refletem luz, o que impede os telescópios e satélites de capturar imagens. Mas agora, pesquisadores estão usando métodos indiretos para enxergar essas áreas, que podem ser abundantes em água congelada. As regiões com sombras estão localizadas nos pólos e em profundas crateras. Para conseguir uma imagem, os cientistas usam luz refletida em átomos de hidrogênio que flutuam no universo. Essa luminosidade é chamada de emissões Lyman-alfa e está em comprimentos de onda baixos. “Ao invés de usar a luz do Sol refletida, partimos para uma alternativa indireta”, comenta o coautor do estudo, Kurt Retherford. “Nossa luz reflete nos átomos de hidrogênio que estão espalhados pelo sistema solar”. O mapeamento lunar com esse tipo de luz revelou que as regiões de sombras se mostram mais escuras do que as outras partes da Lua. “Nossa melhor explicação para essa diferença é que a superfície nas regiões polares é mais porosa e macia”, afirma Retherford. Os cientistas imaginam que a presença de água seja responsável por essas características. Pequenas partículas de água congelada se movendo para dentro e fora podem provocar os buracos, o que dá a textura porosa. Estudos anteriores descobriram que a terra nas latitudes mais baixas da Lua, que estão expostas à luz, deve apresentar até 0,5% de água congelada. O novo estudo acrescenta que nas regiões sem luz, a quantidade de água pode chegar até 2%. “Você esperaria que tivesse mais nas regiões com sombras permanentes do que fora delas”, comenta Retherford. O mapeamento está de acordo com as novas descobertas científicas sobre a Lua, de que contém pequenas porções de água, ao contrário do pensamento antigo, de ser completamente seca. “Um dia, quando uma astronauta for até essas regiões, nós poderemos entender isso melhor”, comenta Retherford. “A maioria das medições antigas de água apontam para sua presença muito abaixo da superfície. Mas a água dessas regiões parece ser mais acessível para os astronautas, no futuro”.

Créditos: Hypescience

Cerberus Fossae

A imagem acima, mostra uma porção da chamada Cerberus Fossae, uma série de fissuras aproximadamente paralelas na região de Cerberus que medem 1.630 quilômetros de comprimento. Cerberus Fossae foi formada a partir de falhas criadas pela formação do Campo Vulcânico de Elysium. Elas passam através de feições pré-existentes como colinas, indicando que as falhas são relativamente recentes. Pesquisas sugerem que a formação da Cerberus Fossae lançou massivas quantidades de água pressurizada subterrânea, o que levou à criação do Athabasca Valles, um grande canal de fluxo existente em Marte.

Créditos: Cienctec

A Cruz de Einstein

A imagem acima, feita pelo telescópio espacial Hubble sugere que a galáxia conhecida como UZC J224030.2+032131 tem cinco diferentes núcleos! Porém, o núcleo da galáxia é somente o objeto mais apagado e difuso no centro da estrutura em forma de cruz formada por quatro outros pontos, que são na verdade imagens de um quasar distante localizado em segundo plano com relação à galáxia. A essa combinação de objetos que na verdade tem uma galáxia e uma miragem de um quasar, se dá o nome de Cruz de Einstein, e nada mais é do que a confirmação visual da Teoria Geral da Relatividade. Esse é um dos melhores exemplos do fenômeno conhecido como lente gravitacional, ou seja, a inclinação da luz pela gravidade como previsto por Einstein no início do século passado. Nesse caso, a poderosa gravidade da galáxia age como uma lente distorcendo e amplificando a luz do quasar situado atrás dela, produzindo quatro imagens do distante objeto. O quasar está a uma distância aproximada de 11 bilhões de anos-luz na direção da constelação de Pegasus, enquanto que a galáxia que funciona como a lente está aproximadamente 10 vezes mais perto. O alinhamento entre os dois objetos é impressionante, dentro de 0.05 arcos de segundo, e principalmente esse alinhamento é o responsável para que esse tipo de lente gravitacional seja observada. Essa imagem é provavelmente a mais nítida já feita da Cruz de Einstein e foi produzida pela Wide Field and Planetary Camera 2 do Hubble. O campo de visão da imagem é de 26 por 26 arcos de segundo.

Créditos: ESA

Fomalhaut b não existe?

A imagem acima, obtida com a Advanced Camera for Surveys (ACS) do telescópio Hubble, em 2008, pela equipe de Paul Kalas, tornou-se um dos ícones da astronomia moderna. O pequeno ponto assinalado na imagem, em órbita de Fomalhaut, a estrela Alfa da constelação do Peixe Austral, parecia nessa altura ser um exoplaneta, um dos primeiros a ser fotografados diretamente. Nos meses e anos que se seguiram, no entanto, o mistério adensou-se. Apesar de ter sido fotografado de novo pelo Hubble, com a nova Wide Field Camera (WFC3), a órbita deduzida a partir das posições observadas nas imagens era difícil de explicar e incompatível com a borda bem definida da zona interior do anel de poeiras que circunda Fomalhaut, o qual deveria resultar da influência gravitacional do presumido planeta. Hoje, uma equipe de astrônomos liderada por Markus Janson da Universidade de Princeton, publicou um artigo que lança ainda mais dúvidas sobre a natureza planetária do objeto fotografado. As imagens originais do Hubble tinham sido realizadas no visível e no infravermelho próximo, entre os 600 e 800 nanometros. A equipe deduziu que, a tratar-se de um planeta gigante ainda em formação (Fomalhaut é uma estrela muito jovem), deveria emitir uma quantidade considerável de radiação no infravermelho e por isso optaram por observar o sistema com o telescópio Spitzer, no comprimento de onda de 4.5 micrometros (4500 nanometros). Para conseguir realizar este feito difícil a equipe teve de inventar uma nova técnica de subtração de imagens que permitiu aumentar o contraste e a resolução espacial das imagens obtidas pelo Spitzer. O resultado pode ser visto na figura seguinte. À esquerda vê-se a imagem obtida pelo Spitzer, com a seta 1 marcando o local onde deveria ser detectado o objeto fotografado com o Hubble. À direita, à imagem obtida com o Spitzer foi adicionada artificialmente uma fonte pontual (seta 1 de novo), representando o que deveria ter sido observado pelo Spitzer caso o planeta gigante realmente existisse. A seta 2 aponta para uma fonte de radiação nova, potencialmente interessante, mas cuja natureza não foi possível ainda determinar. O artigo apresenta um conjunto de possíveis explicações para os resultados obtidos, mas é claramente desfavorável à tese de que o objeto detectado com o Hubble é um planeta gigante. Segundo os autores, a explicação mais plausível para as observações consiste na dispersão de luz da estrela na direção da Terra por uma nuvem de poeira semi-transparente, possivelmente transiente.

Créditos: AstroPT

A sonda Opportunity está estacionada e empoeirada

A sonda Opportunity enviou para a Terra as últimas imagens feitas de si mesma com a sua câmera panorâmica de deck nos últimos dias de 2011. Seus painéis solares estão bem empoeirados, o que não é muito bom. Estamos perto do solstício de inverno na região sul onde o veículo está localizado, de modo que o Sol está baixo no horizonte não fornecendo mais tanta energia como fornecia em outras estações. Isso explica o fato do veículo ter estacionado por um instante. A Opportunity não está ociosa, ela está fazendo imagens panorâmicas ao seu redor como a imagem abaixo, são apenas algumas tomadas por dia, mas não deixam de montar uma bela vista de Marte. Ela está trabalhando vagarosa e pacientemente com o seu espectrômetro Mössbauer e com outras ferramentas em seu braço robótico.

Créditos: Cienctec

Cometa sendo engolido pelo Sol é flagrado pela primeira vez

Na astronomia, existe um grupo de cometas suicidas que mergulham em direção ao Sol: são os chamados “Kreutz sungrazer” (literalmente, arranha-sol de Kreutz). Em dezembro, foi registrado pela primeira vez que um desses cometas passou pela coroa solar e sobreviveu para contar a história. Agora, câmeras da NASA captaram um desses corpos celestes sendo destruído, passo a passo, devido à proximidade do Sol. Eles recebem esse nome em homenagem a um astrônomo alemão do século XIX, Heinrich Kreutz, que verificou que a órbita de tais cometas os levava a ingressar na coroa solar, que seria uma espécie de atmosfera do nosso astro. O cometa protagonista da vez chama-se “Cometa Kreutz C/2011 N3”. Na verdade, ele foi observado no dia 4 de julho do ano passado e despedaçado pela proximidade com a nossa estrela apenas dois dias depois, mas só na última quinta-feira os cientistas da NASA anunciaram sua observação e relataram os resultados. Quando o cometa foi localizado a caminho do Sol, media cerca de 50 metros de comprimento e pesava cerca de 60 mil toneladas métricas. Sua cauda luminosa, que se estendia por 10 mil quilômetros, explica como os astrônomos conseguiram encontrar um corpo relativamente pequeno diante da imensidão do Sol. O cometa viajava a 2,1 milhões de quilômetros por hora. Todo o trajeto fatal foi acompanhado durante os dois dias, até dez minutos antes de sua desintegração. Nesse ponto, os astrônomos viram que o cometa perdeu rapidamente algo entre 700 mil e 70 milhões de quilos, e acabaria se desfazendo em pedaços que vaporizaram. O Kreutz C/2011 N3 morreu completamente quando estava a cerca de 100 mil quilômetros da superfície do Sol – o que é relativamente perto, segundo os cientistas. A principal importância de estudar a fragmentação dos cometas, conforme explica a NASA, é descobrir mais sobre a composição material destes corpos celestes. Nos últimos 15 anos, calcula-se que cerca de 1.400 cometas mergulharam em direção ao Sol, mas ainda não havia recursos suficientes para analisá-los. Agora, um estudo mais avançado pode revelar respostas não apenas sobre os cometas, mas também sobre como se comporta a superfície solar e se há algo nesse quesito que possa influenciar a Terra.

Créditos: Hypescience

Novo telescópio fará a primeira imagem de um buraco negro

Um grupo de astrônomos está planejando algo ambicioso e sem precedentes – capturar a primeira imagem de um buraco negro. Os pesquisadores querem construir um instrumento virtual do tamanho da Terra, o Telescópio “Event Horizon”. Ele será uma rede mundial de telescópios de rádio poderosos o suficiente para fazer a primeira imagem de um buraco negro massivo no centro da Via Láctea. “Ninguém até hoje tirou uma foto de um buraco negro”, comenta Dimitrios Psaltis, da Universidade do Arizona. Psaltis foi um dos organizadores de uma conferência para organizar esse projeto. Os buracos negros são estruturas exóticas com um campo gravitacional tão poderoso que nada escapa – pelo menos é o que diz a opinião comum entre os cientistas. Sobre a idéia de fotografar um buraco negro, Sheperd Doeleman, o principal cientista do projeto, afirma que “mesmo há cinco anos esse propósito não seria credível. Agora temos tecnologia para isso”. Doeleman e sua equipe querem criar uma rede com até 50 telescópios de rádio, espalhados pelo mundo, que vão trabalhar em conjunto para conseguir o desejado. “Na realidade, estamos fazendo um telescópio virtual com um espelho do tamanho da Terra”, comenta Doeleman. “Cada telescópio de rádio vai funcionar como uma pequena porção de um grande espelho. Com pedaços de prata suficientes, podemos ter uma imagem”. A equipe planeja apontar o super telescópio para o buraco negro no centro da nossa galáxia, que está a cerca de 26 mil anos-luz e tem a massa de quatro milhões de sóis. Isso é muito grande, claro. Mas, de acordo com os pesquisadores, focalizar esse objeto, a tanta distância, é equivalente a localizar uma fruta na superfície da lua. “Para ver algo tão pequeno e tão longe, você precisa de um telescópio muito grande, e o maior que você pode ter é transformando a Terra em um”, comenta Dan Marrone, do Observatório Steward. Os pesquisadores esperam capturar a imagem do contorno do buraco negro, ou sua “sombra”. “Como poeira e gás ficam circulando em volta do buraco negro, antes de serem sugados, uma espécie de trânsito cósmico acontece”, afirma Doeleman. “Isso circula em volta do buraco negro como água em uma banheira, então a matéria é comprimida e a fricção resultante se torna plasma aquecido a bilhões de graus – que é energia que radia e pode ser detectada na Terra”. A relatividade geral prevê que a sombra desse corpo celeste deve ser um círculo perfeito. Por isso, o projeto poderia ser um teste da venerada teoria de Einstein. “Se encontrarmos a sombra do buraco negro oval, ao invés de circular, isso quer dizer que a teoria geral da relatividade de Einstein é furada”, afirma Psaltis. “Mas mesmo que nós não encontremos nenhum desvio da teoria, todos esses processos vão nos ajudar a entender muito melhor os aspectos fundamentais dela”. A equipe espera conseguir adicionar mais instrumentos com o tempo, o que iria oferecer uma imagem maior ainda do buraco central. Cada telescópio vai gravar suas observações em discos rígidos, que serão enviados para uma central no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Os telescópios de rádio, e não os ópticos, são as ferramentas certas para esse trabalho, porque as ondas de rádio conseguem penetrar na escuridão das estrelas, poeira e gás entre a Terra e o centro galáctico.

Créditos: Live Science

Maior tempestade de radiação solar em 7 anos ocorrerá nesta terça-feira

Hoje ocorrerá um evento astronômico relativamente raro. Por volta das 11 da manhã, no horário de Brasília uma forte carga de partículas eletromagnéticas atingirá a Terra, depois de ter sido liberada pela erupção solar mais forte que os cientistas registraram desde 2005. Esta radiação intensa, além de tornar mais fortes as luzes das auroras, pode prejudicar o funcionamento de satélites e outros equipamentos em órbita. Os astrônomos chamam eventos solares como esse de Massa de Ejeção Coronal (CME, na sigla em inglês). Eles ocorrem quando alguma perturbação magnética muito forte causa um feixe de explosões da superfície do Sol, e o material liberado vai além da Coroa Solar (que seria algo como a atmosfera de nosso astro), atingindo o que orbita em volta. A região solar 1402, onde os cientistas da Nasa localizaram a explosão, já vinha apresentando atividade acima do normal há algumas semanas. Até que, às 13 horas de Brasília no último domingo, dia 22, a sonda não tripulada “Observatório da Dinâmica Solar” (SDO, na sigla em inglês) detectou um grande flash em ultravioleta da região em questão. Era o indicativo do fenômeno cuja radiação chegará à Terra menos de 24 horas depois de emitida. A atividade radioativa do Sol funciona em ciclos de altos e baixos com onze anos de duração. Estamos nos aproximando do auge cíclico da atividade solar, que deve alcançar o pico novamente no ano de 2013. Até lá, é possível que eventos dessa magnitude se repitam. Tempestades solares podem causar problemas em satélites de telecomunicações e afetar redes elétricas na Terra.

Créditos: Hypescience

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Galáxia minúscula e invisível deve ser feita totalmente de matéria escura

Os astrônomos descobriram o que parece ser uma pequena galáxia invisível para os telescópios, completamente composta de matéria escura, que não reflete luz. Os cientistas acreditam que a matéria escura, que pode ser feita de uma partícula exótica, não reflete luz e representa cerca de 98% de toda a matéria no universo. No entanto, ela nunca foi detectada – será que existe mesmo? Descobrir objetos escuros como esta galáxia poderia ajudar os pesquisadores a entender melhor o que é a matéria escura e como ela afeta a matéria normal em torno dela. A galáxia recém-descoberta é incrivelmente distante e extremamente pequena. Ela orbita uma galáxia maior, da mesma forma que um satélite. Embora os telescópios não possam identificar a galáxia anã, os cientistas detectaram a sua presença através das distorções minúsculas em sua gravidade quando a luz passa por ela. A nova galáxia anã está a cerca de 7 bilhões de anos-luz de distância, ou seja, sua luz leva 7 bilhões de anos para chegar até a Terra. Ela pesa cerca de 190 milhões de vezes a massa do sol – uma soma aparentemente enorme, apesar de galáxias típicas terem massa de dezenas de bilhões de sóis. “Esta é a galáxia de menor massa que pudemos observar a esta distância”, disse o coautor do estudo, Matthew Auger, da Universidade da Califórnia. Mesmo mais longe, a cerca de 10 bilhões de anos-luz, há uma outra galáxia cuja luz passa por essa galáxia anã e sua hospedeira em seu caminho para a Terra. Por estar tão distante e ser tão difícil de se ver, os astrônomos não tem certeza se a galáxia recentemente descoberta realmente é feita quase que exclusivamente de matéria escura, ou se apenas contém estrelas que são muito fracas para serem visíveis a esta distância. Mas, segundo os pesquisadores, há alguma razão para pensar que galáxias de matéria escura de muito pouca massa existam, independente de qualquer matéria visível. O pequeno grupo de matéria escura pode ter originalmente contido gás, que formou estrelas que, quando morreram e explodiram em supernovas, podem ter expelido todo o gás restante para o espaço, deixando o aglomerado de matéria escura, sem nenhum material para formar novas estrelas. No entanto, os modelos teóricos não são claros sobre esta questão, e os astrônomos gostariam de saber mais sobre aglomerados de matéria escura sem estrelas. Galáxias anãs não são uma raridade no cosmos. Na verdade, a galáxia recém-descoberta tem aproximadamente o mesmo tamanho que nossa própria galáxia satélite da Via Láctea, a anã de Sagitário. “Pela primeira vez estamos recebendo informações sobre algo que tem uma massa que é comparável a alguns dos mais pequenos satélites da Via Láctea (como os anões Fornax e Sagitário), mas fora do nosso universo local”, disse o coautor da pesquisa, David Lagattuta. Satélites da Via Láctea também são pouco compreendidos – eles são difíceis de observar, e a teoria prediz que muitos mais deles devem ser descobertos. Os cientistas esperam que encontrar mais galáxias anãs em torno de galáxias hospedeiras distantes pode ajudar a lançar luz sobre o problema.

Créditos: Live Science

Sírius cintilando

A cintilação é a rápida flutuação no brilho e na cor de uma estrela. Esse efeito é causado pelas pequenas mudanças na densidade dos pacotes de ar chamados de células de visualização e que se movem através da linha de visada do observador. O índice de refração do ar é determinado, em parte, pela sua densidade. Essas ondulações causam uma pequena e momentânea desfocagem da luz da estrela resultando nas mudanças de brilho chamada de cintilação. Em casos extremos a posição da estrela também muda. A cintilação também produz rápidas mudanças de cores pois o ar é ligeiramente dispersivo, ou seja, o índice de refração varia ligeiramente com o comprimento de onda. Tanto as variações em brilho e em cor são mostradas aqui nessa foto com 5 segundos de exposição da estrela Sirius, usando uma lente poderosa e que foi ligeiramente balançada durante a exposição. À medida que a imagem cintila variando ao redor do plano focal ela traça graciosos e coloridos arcos, se apagando em alguns lugares e acendendo em outros.

Créditos: EPOD

O hexágono de Saturno vem à luz

Acredite ou não, esse é o Pólo Norte de Saturno. Não está claro ainda como esse sistema de nuvem hexagonal que circunda o pólo norte de Saturno foi criado, mantém a sua forma, ou como ele desaparecerá. Originalmente descoberto durante o sobrevôo da sonda Voyager por Saturno na década de 1980, ninguém até então tinha visto nada como isso no Sistema Solar. Embora seu brilho infravermelho foi observado anteriormente pela sonda Cassini, que agora orbita Saturno, em 2009, o misterioso vórtice hexagonal tornou-se totalmente iluminado pela luz do Sol pela primeira vez durante a visita da Cassini. O centro do pólo norte de Saturno ainda não foi bem imageado e por isso ele é excluído. Os cientistas planetários estão certos que poderão continuar estudando essa formação de nuvem pouco comum por um bom tempo ainda.

Créditos: APOD

Órion sobre as Ilhas Canárias

O que atrai mais os seus olhos, o que está no céu, ou as paisagens na Terra? Na Terra estão os picos rochosos do Parque Nacional Teide na Ilha Tenerife da Ilhas Canárias Espanholas na costa noroeste da África. A paisagem vulcânica apresenta cumes antigos da ilha, locais que algumas vezes são usados para testar instrumentos espaciais como veículos robôs que andam em Marte. As luzes de um hotel próximo brilham intensamente à esquerda. Nuvens de tempestades são visíveis no horizonte destacadas devido às múltiplas exposições usadas para fazer essa foto. Dividindo o céu, no meio da imagem acima está a faixa vertical da Via Láctea. O círculo vermelho à direita é o Loop de Barnard, perto do centro onde estão as famosas estrelas do cinturão da constelação de Órion. Pouco depois da imagem mostrada acima ter sido feita, nuvens pesadas de tempestades começaram a cobrir o céu e daí o que mais atraiu a todos foi a procura por um local seguro para se proteger da tempestade.

Créditos: APOD