quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sonda Juno em seu caminho até Júpiter olha para traz e faz imagem do par Terra-Lua

Em seu caminho em direção ao maior planeta do Sistema Solar, Júpiter, a sonda da NASA Juno, gastou um tempo para capturar uma imagem que já é tradicional de ser feita pelas sondas que passeiam pelo Sistema Solar, uma imagem da Terra e de seu satélite companheiro, a Lua. “Essa é uma imagem marcante que não se vê todo dia”, disse Scott Bolton, principal pesquisador da Juno do Southwest Research Institute em San Antonio. “Essa imagem do nosso planeta mostra como a Terra parece quando vista de longe, ilustrando uma perspectiva especial do nosso papel e do nosso local no universo. Nós estamos vendo uma bela imagem de nós mesmos”. A imagem foi feita usando a câmera da sonda, a JunoCam no dia 26 de Agosto de 2011, quando a sonda estava a aproximadamente 9.66 milhões de quilômetros de distância da Terra. A imagem foi feita como parte da checagem da missão da sonda Juno feita pela sua equipe de cientistas. A equipe conduziu checagens iniciais e detalhadas dos instrumentos da sonda e de seus subsistemas depois do lançamento acontecido em 5 de Agosto de 2011. A Juno cobriu a distância entre a Terra e a Lua, aproximadamente 402.000 quilômetros em menos de um dia. Já para percorrer os próximos 2.800 milhões de quilômetros a sonda gastará outros cinco anos e então chegará em Júpiter. A sonda orbitará os pólos do planeta 33 vezes e usará oito instrumentos científicos para pesquisar o planeta gigante gasoso abaixo da sua cobertura de nuvem e assim poderá aprender mais sobre a sua origem, estrutura, atmosfera e magnetosfera, além de procurar por um potencial núcleo sólido planetário no seu interior. A sonda Juno usará a energia solar como fonte para chegar até Júpiter, a sonda foi lançada no dia 5 de Agosto de 2011 às 13:25, hora de Brasília desde o Cape Canaveral Air Force Station na Flórida, momento que deu início aos cinco anos de jornada da sonda até Júpiter.

Créditos: Cienctec

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cometa Elenin poderá não sobreviver à passagem pelo periélio

Vários astrônomos têm estado a relatar uma diminuição significativa no brilho do cometa Elenin depois deste ter sido atingido por uma violenta ejeção de massa coronal no passado dia 19 de Agosto. Aparentemente, a colisão com a nuvem de plasma erodiu uma boa parte dos gelos de água e de dióxido de carbono que compõem o núcleo do pequeno cometa, provocando uma momentânea intensificação da atividade da cauda seguida de uma rápida diminuição. Este comportamento é geralmente um presságio do início da desintegração do núcleo cometário, pelo que alguns astrônomos têm estado a sugerir que o cometa Elenin poderá não sobreviver à passagem pelo periélio no próximo dia 10 de Setembro.

Créditos: AstroPT

ESO e NASA revelam o mais poderoso microquasar já observado

Astrônomos combinaram observações a partir do VLT (Very Large Telescope) do ESO e do observatório espacial de raios-X Chandra da NASA e descobriram o mais poderoso par de jatos de matéria já vistos em um buraco negro de dimensão estelar. Este microquasar ejeta um par de potentes feixes de partículas que insuflam uma enorme bolha cósmica, com 1.000 anos-luz de extensão. Este jato é duas vezes maior e dezenas de vezes mais poderoso que outros já observados em micro-quasares. “Ficamos surpresos com a enorme quantidade de energia insuflada no gás pelo buraco negro,” disse o líder da equipe Manfred Pakull. “Embora este buraco negro tenha apenas algumas massas solares, trata-se de uma verdadeira versão em miniatura dos mais poderosos quasares e rádio-galáxias, os quais contêm buracos negros com massas de alguns milhões de vezes a massa do Sol.” Os buracos negros são conhecidos por liberarem enormes quantidades de energia enquanto engolem matéria. Os cientistas estimam que a maior parte desta energia fornecida sob a forma de radiação, principalmente sob a forma de raios X. No entanto, esta nova descoberta demonstra que alguns buracos negros podem também liberar talvez até mais energia sob a forma de jatos colimados de partículas elementares movendo-se a velocidades relativísticas. Os jatos ultra rápidos se chocam contra o gás interestelar circundante, aquecendo-o e produzindo uma expansão desse gás. A bolha insuflada contém uma mistura de gás quente e partículas ultra-rápidas a diferentes temperaturas. Observações feitas sob distintas freqüências do espectro (luz visível, rádio e raios X) ajudam os astrônomos a calcular a taxa total pela qual o buraco negro aquece o meio circundante. Assim, os astrônomos observaram as zonas onde os jatos se chocam contra o gás interestelar que circunda o buraco negro, revelando que a bolha de gás quente se encontra em crescimento a uma velocidade de quase um milhão de quilômetros por hora. “O tamanho dos jatos na NGC 7793 é impressionante, quando comparado com o tamanho do buraco negro a partir do qual são ejetados,” disse o co-autor Robert Soria. “Se o buraco negro fosse do tamanho de uma bola de futebol, cada jato estender-se-ia desde a Terra até para além da órbita de Plutão.” Este trabalho ajudará os astrônomos a compreender a semelhança entre os buracos negros pequenos formados de explosões de estrelas e os buracos negros super-massivos que se encontram no centro das galáxias. Jatos muito poderosos ejetados a partir de buracos negros super-massivos têm sido observados, mas pensava-se que este fenômeno seria menos freqüente nos micro-quasares. A descoberta sugere que muitos deles podem simplesmente ter escapado à nossa detecção até o momento. O micro-quasar que está insuflando o gás interestelar reside a 12 milhões de anos-luz de distância da Terra, na periferia da galáxia espiral NGC 7793. Através do tamanho e da velocidade de expansão da bolha, os astrônomos descobriram que estes jatos estão ativos há cerca 200.000 anos.

Cassini descobre nova cratera de impacto em Titã

Crateras de impacto são feições raras em Titã. Até recentemente somente sete haviam sido identificadas definitivamente, então foi muito animador quando o Titan Radar Mapper da Cassini conseguiu imagear a oitava cratera de impacto em Titã no dia 21 de Junho de 2011. Essa nova cratera descoberta tem aproximadamente 40 quilômetros de diâmetro e é circundada por uma cobertura constituída de material ejetado pelo impacto contínua, esse material aparece brilhante para o radar e se estende por aproximadamente entre 15 e 20 quilômetros além do anel da cratera. Com esse material ejetado bem preservado e com paredes internas íngremes, a nova cratera lembra as duas outras crateras mais recém descobertas de Titã, a Sinlap observada numa imagem de radar em Fevereiro de 2005 e a Ksa, observada em Setembro de 2006 e imageada novamente no sobrevôo mais recente, essas duas crateras são mostradas abaixo. Uma diferença marcante é que a Sinlap e a nova cratera parecem ter o interior plano e sem nenhuma feição, enquanto que a Ksa tem um pico central brilhante. As dunas são visíveis na imagem como linhas escuras na parte esquerda, e têm sido varridas em direção à cratera por meio dos ventos que castigam Titã. Essas dunas na nova cratera cobriram pouco o material ejetado, se comparada com a cratera Ksa, por exemplo, onde as dunas cobriram mais de um terço de material ejetado que cobre a superfície. Enquanto que outras luas de Saturno apresentam milhares de crateras de impacto em suas superfícies, Titã tem poucas. Isso se explica pelo fato da atmosfera de Titã ser muito densa de modo que ela consegue queimar os bólidos menores antes que eles cheguem à superfície. As crateras que se formam são as vezes difíceis de serem reconhecidas uma vez que elas desaparecem quase por completo devido a erosão com o passar do tempo ou são cobertas por areia das dunas que se movimentam constantemente em Titã e também pelo vulcanismo de gelo.

Créditos: Cienctec

Teste de visão astronômica

Espiando nas profundezas do espaço, os excelentes olhos do Hubble, fez uma imagem da próxima porém apagada galáxia anã, conhecida como ESO 540-030. Esse objeto aparece como um imenso enxame de estrelas apagadas, mas o ESO 540-030 é na verdade apenas um ponto de interesse nessa imagem. A ESO 540-030 está localizada a apenas 11 milhões de anos-luz de distância da Terra e é parte do grupo de galáxias do Sculptor. Essa coleção é o vizinho mais próximo do nosso próprio Grupo Local de Galáxias que inclui a Via Láctea. Devido a sua proximidade o grupo do Sculptor possui algumas das galáxias mais brilhantes dos céus do sul, embora a ESO 540-030 não seja uma dessas. As galáxias anãs normalmente possuem uma pequena superfície brilhante o que a torna muito difícil de ser observada. O Hubble com sua visão aguçada capturou um registro de vários tipos de galáxias no plano de fundo da imagem, com espirais, espirais barradas, elípticas e irregulares. Uma análise cuidadosa dessa imagem deve permitir que possamos identificar exemplos de cada um dos tipos de galáxias existentes. Algumas galáxias localizam-se diretamente atrás da ESO 540-030, aumentando ainda mais o desafio. Além das galáxias existem ainda cinco estrelas brilhantes que estão muito mais perto de nós do que as galáxias. As quatro linhas de luz que emanam em ângulos de 90 graus são geradas pela difração da luz no telescópio, e são os sinais marcantes da presença das estrelas na imagem.

Créditos: Space Telescope

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Qual a idade da Lua?

As missões Apollo que visitaram a Lua mostraram rochas do nosso satélite em cinco locais em ambientes de mares lunares, sem contar a Apollo 16, com essas amostras foi possível determinar que o grande vulcanismo na Lua aconteceu entre 3,2 e 4 bilhões de anos atrás. No final dos anos de 1970, Bill Hartmann e outros contaram o número de crateras de impactos existentes nessas superfícies de idade conhecida, e então criaram uma curva que relaciona o número de crateras de impacto e as idades datadas nos locais de pouso. Mais recentemente Harry Hiesinger e seus colegas refinaram as estimativas das idades de muitas superfícies de mares usando imagens coloridas feitas pela sonda Clementine para identificar unidades de mares vulcânicos que eram provavelmente quimicamente homogêneos e então contaram as crateras neles usando fotografias de alta resolução feitas pela sonda Luanr Orbiter IV. Essa é de longe a mais cuidadosa contagem de crateras e modelagem da determinação da idade da Lua que se tem conhecimento, e o mapa acima resume esses resultados. A primeira coisa, esse mapa mostra é que existe um número de lugares onde a lava é muito mais jovem do que as amostras coletadas pelos astronautas da Apollo. Em segundo lugar, aparentemente as idades não são distribuídas de forma aleatória. As lavas mais velhas ocorrem no hemisfério leste, exceto por uma pequena parte do leste do Mare Humorum. E as lavas mais jovens ocorrem no hemisfério oeste, especialmente perto do Platô Aristarchus. Uma possível interpretação para essa distribuição é que as lavas mais velhas podem ter ocorrido em todos os lugares, mas foram posteriormente cobertas no oeste pelas lavas mais jovens. As erupções vulcânicas de longa duração no Procellarum está provavelmente relacionada com o aumento no nível de rochas radioativas que são muito mais restritas na área ao norte dos mares. Com a disponibilidade cada vez maior de imagens de mais alta resolução, será possível melhorar a contagem de crateras e assim a estimativa das idades e com mais dados será possível extrapolar esse resultado para todos os mares. E algum dia quem sabe novos astronautas poderão voltar à Lua e datar essas rochas radiometricamente de forma direta.

Créditos: Cienctec

Cassini fotografa região de Belet abaixo da densa névoa de Titã

A sonda Cassini da NASA consegue espiar abaixo da densa névoa da atmosfera da lua Titã de Saturno e pode assim observar a região escura chamada de Belet. Essa imagem foi registrada usando um filtro espectral sensível aos comprimentos de luz do infravermelho próximo centrado em 938 nanômetros. A grande região chamada de Belet tem um albedo bem baixo, significando que ela reflete muito pouca luz. A imagem acima foi feita com a sonda Cassini olhando em direção ao hemisfério frontal de Titã. O norte nessa imagem de Titã está para cima. Só para lembrar Titã é um grande satélite de Saturno e possui aproximadamente 5.150 quilômetros de diâmetro.

Créditos: Cienctec

Aos meus queridos visitantes e seguidores do meu blog, deixo com imensa alegria, um grande e forte abraço, pois chegamos aos 100.000 visitantes hoje, ao longo desses pouco mais de dois anos.

Mega estruturas de hidrogênio Lyman-Alfa contém os segredos do Universo primordial

Estudos realizados com o suporte do “Very Large Telescope” (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO) permitiram descobrir a fonte de energia de uma enorme nuvem de gás brilhante do Universo primordial, que os astrônomos chamam de “bolha Lyman-alfa” (Lyα). As novas medidas mostram de forma inédita que esta gigantesca “bolha Lyman-alfa”, um dos maiores objetos singulares conhecidos no Universo, obtém a sua energia a partir das galáxias residentes no seu interior. Uma equipe de astrônomos analisou um incomum objeto cósmico chamado bolha Lyman-alfa. Estas formidáveis estruturas luminosas são geralmente detectadas em regiões do Universo primitivo, dominado pela gravidade, onde a matéria se concentra. A equipe constatou que a radiação emanada por uma destas bolhas é polarizada. A luz polarizada, por exemplo, tem sido usada em nosso dia-a-dia para criar efeitos 3D no cinema. Como é a primeira vez que se encontra a polarização em uma “bolha Lyman-alfa”, esta observação foi considerada importante como ajuda na melhor compreensão da causa do brilho intenso destas bolhas cósmicas. Matthew Hayes (Universidade de Toulouse, França), cientista líder do artigo científico que apresenta estes resultados explicou:
“Nós mostramos pela primeira vez que o brilho destes enigmáticos objetos vem de radiação dispersada, emitida por galáxias brilhantes escondidas no seu interior, ao contrário do se pensava o gás espalhado por toda a nuvem que está brilhando”. As bolhas Lyman-alfa são conhecidas como um dos maiores objetos existentes no Universo: nuvens gigantes de hidrogênio gasoso que podem atingir diâmetros da ordem de meio milhão de anos-luz (5 vezes o diâmetro da nossa galáxia, a Via Láctea) até 200 milhões de anos luz e que são tão energéticas quanto as galáxias mais brilhantes. As bolhas Lyman-alfa são tipicamente encontradas a grandes distâncias, por isso nós as vemos tal como se apresentavam quando o Universo era jovem, com apenas poucos bilhões de anos de idade. Assim, estes objetos são importantes para a compreensão da formação e evolução das galáxias no Universo primordial. Até então, a fonte de energia da sua extrema luminosidade assim como a natureza exata das bolhas era tida como incerta pelos astrônomos. A equipe estudou uma das primeiras bolhas já descobertas e também uma das mais brilhantes. Conhecida pelo nome de LAB-1, este objeto foi descoberto em 2000 e encontra-se tão distante que a sua radiação leva cerca de 11,5 bilhões de anos para chegar até nós. Com um diâmetro de cerca de 300.000 anos-luz, LAB-1 é também umas das maiores bolhas que temos conhecimento. LAB-1 contém várias galáxias primordiais no seu interior, incluindo uma galáxia ativa. Existem várias teorias que pretendem explicar as bolhas Lyman-alfa. Uma delas supõe que estes objetos brilham quando gás frio é atraído pela gravidade elevada da bolha e consequentemente aquece. Outra supõe que o brilho se deve a objetos brilhantes existentes no seu interior: galáxias com formação estelar elevada, ou que contêm buracos negros que se encontram a atrair matéria. Estas novas observações mostram que a fonte de energia da LAB-1 deve-se, de fato, a galáxias no seu interior ao invés de gás a ser atraído e aquecido. A equipe testou as duas teorias fazendo medições para saber se a radiação emitida pela bolha se encontrava polarizada. Ao estudar qual a polarização da radiação, os astrônomos podem inferir sobre os processos físicos que lhe dão origem, ou saber o que lhe aconteceu entre a sua emissão e a sua chegada à Terra. Se for refletida ou dispersada torna-se polarizada e este efeito pode ser detectado por um instrumento muito sensível. Medir a polarização da radiação emitida por uma bolha Lyman-alfa é, no entanto, algo bastante difícil, já que estes objetos se encontram muito distantes de nós. Claudia Scarlata (Universidade do Minnesota, EUA), co-autora do artigo, esclareceu:Estas observações nunca poderiam ter sido feitas sem a ajuda do VLT e do seu instrumento FORS. Precisávamos claramente de duas coisas: um telescópio com um espelho de, pelo menos, oito metros de diâmetro de modo a poder coletar radiação suficiente, e de uma câmera capaz de medir a polarização da radiação. Não existem muitos observatórios no mundo capazes de oferecer uma tal combinação. Ao observar o seu alvo ao longo de cerca de 15 horas com o VLT (Very Large Telescope), a equipe descobriu que a radiação emitida pela bolha Lyman-alfa LAB-1 estava polarizada em um anel em torno da região central e que não há polarização no centro. Este efeito peculiar é praticamente impossível de atingir se a radiação for emitida apenas pelo gás que está a ser atraído pela bolha devido à gravidade, mas justamente isto é o que se espera se a radiação tiver origem em galáxias embebidas na região central, antes de ser dispersada pelo gás. Os astrônomos planejam estudar mais objetos deste tipo para comprovar se os resultados obtidos para a bolha LAB-1 são válidos para outras bolhas.

domingo, 28 de agosto de 2011

Estudo sugere que Terra teve duas luas que colidiram para formar uma

De acordo com um novo estudo por cientistas planetários da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, EUA, uma região montanhosa do lado escuro da Lua pode ser o resto sólido de uma colisão com uma lua companheira mais pequena. Há muito que se debatem as diferenças mais notáveis entre os lados visível e escuro da Lua. O lado visível é relativamente plano, enquanto a topografia do lado escuro é alta e montanhosa, com uma crosta muito mais espessa. O novo estudo, publicado na edição de 4 de Agosto da revista Nature, baseia-se no modelo do "impacto gigante" para a origem da Lua, no qual um objeto com o tamanho de Marte colidiu com a Terra no início da história do Sistema Solar e expeliu detritos que coalesceram para formar a Lua. O estudo sugere que este impacto gigante também criou outro corpo mais pequeno, inicialmente partilhando uma órbita com a Lua, mas que eventualmente caiu de volta à Lua e polvilhou um lado com uma camada extra de crosta sólida com dezenas de quilômetros de espessura. "O nosso modelo funciona bem com modelos do impacto gigante que formou a Lua, que prevêem a existência de detritos massivos deixados em órbita da Terra, para lá da própria Lua. Corrobora com o que é conhecido acerca da estabilidade dinâmica de tal sistema, da temporização do arrefecimento da Lua e das idades das rochas lunares," afirma Erik Asphaug, professor de ciências Terrestres e Planetárias da Universidade de Santa Cruz, na Califórnia, EUA. Asphaug, co-autor do artigo com o investigador pós-doutorado da mesma universidade, Martin Jutzi, tinha previamente feito simulações computacionais do impacto gigante que formou a Lua. Ele afirma que luas companheiras são um resultado normal de tais simulações. No novo estudo, ele e Jutzi usaram simulações computacionais de um impacto entre a Lua e uma companheira mais pequena (com cerca de 1/30 da massa da Lua) para estudar a dinâmica da colisão e seguir a evolução e a distribuição de material lunar. Nesta colisão de baixa-velocidade, o impacto não forma uma cratera e não causa fusão de material. Ao invés, a maioria do material é aglomerado sobre o hemisfério impactado como uma espessa nova camada de crosta sólida, formando uma região montanhosa comparada em tamanho com as terras altas lunares do lado escuro. "Claro, os modelos de impacto tentam explicar tudo com colisões. Neste caso, requer uma colisão estranha: lenta, não forma cratera, mas espalha material num lado," afirma Asphaug. "É uma coisa nova para refletir." Ele e Jutzi admitem a hipótese da lua companheira ter sido inicialmente capturada num dos "pontos Trojanos" gravitacionalmente estáveis que partilham a órbita da Lua, e tornaram-se instáveis após a órbita da Lua ter se afastado bem da Terra. "A colisão pode ter acontecido em qualquer lado da Lua," afirma Jutzi. "O corpo final é assimétrico e faria com que um lado estivesse virado para a Terra." O modelo também explica as variações na composição da crosta da Lua, que é dominada no lado visível por terreno comparativamente rico em potássio, elementos raros na Terra, e fósforo. Pensa-se que estes elementos, bem como o urânio e tório, tenham sido concentrados no oceano de magma que existia à medida que a rocha derretida solidificava por baixo da crosta lunar cada vez mais espessa. Nas simulações, a colisão espreme a camada rica em fósforo para o hemisfério oposto, preparando o palco para a geologia agora observada no lado visível da Lua. Outros modelos foram propostos para explicar a formação das terras altas, incluindo um publicado o ano passado na revista Science pelos colegas de Jutz e Asphaug da Universidade de Santa Cruz, Ian Garrick-Bethell e Francis Nimmo. A sua análise sugeriu que as forças de marés, e não um impacto, eram as responsáveis para a espessura da crosta da Lua. "O fato do lado visível da Lua parecer tão diferente do lado escuro tem sido um puzzle desde o início da era espacial, talvez o segundo maior mistério a seguir à origem da própria Lua," afirma Nimmo, professor de Ciências Terrestres e Planetárias. "Um dos aspectos elegantes do artigo de Erik é que liga estes dois puzzles: talvez a colisão gigante que formou a Lua possa também ter formado outros corpos mais pequenos, que caíram mais tarde para a Lua e provocaram a dicotomia que vemos hoje em dia." Por agora, afirma, não há dados suficientes para dizer quais dos modelos alternativos proporcionam a melhor explicação para a dicotomia lunar. "À medida que se obtém cada vez mais dados com sondas (e, com sorte, amostras lunares), torna-se mais claro qual das duas hipóteses é a correta," afirma Nimmo.

Branca de Neve

2007 OR10 foi mais um planeta-anão descoberto para lá da órbita de Netuno. Foi descoberto em 2007. Na altura pensou-se que estava coberto de gelo, e por isso recebeu a alcunha de Branca de Neve – Snow White. Por outro lado, como foi descoberto depois de Quaoar (2002), Sedna (2003), Haumea (2004), Orcus (2004), Makemake (2005), Eris (2005), então foi também chamado de 7º anão (da Branca de Neve e os 7 Anões). No entanto, observações recentes apontam para a presença de metano avermelhado nas superfícies de Quaoar e da Branca de Neve, o que leva a pensar que ambos deverão ter uma tênue atmosfera de metano.

Créditos: AstroPT

sábado, 27 de agosto de 2011

Swift flagra buraco negro devorando estrela em galáxia distante

Dois estudos que serão publicados na revista "Nature" fornecem novas informações sobre um acidente cósmico que desde março emite poderosos feixes de raios-x em direção da Terra. A nova fonte de radiação foi detectada pela primeira vez pelo satélite da Nasa Swift, lançado em 2004 na constelação de Draco (Dragão).
- Incrivelmente, esta fonte ainda está produzindo raios-x e continuará brilhante o suficiente para o Swift continuar a observá-la no ano que vem. Ela tem um comportamento diferente de tudo que já vimos antes - diz David Burrows, professor de astronomia da Penn State University e cientista responsável pelos instrumentos de raios-x do telescópio, autor de um dos estudos.
Logo, os astrônomos notaram que a fonte de raios-x, batizada Swift J1644+57, era resultado de um evento extraordinário: o despertar de um buraco negro no centro de uma galáxia distante, enquanto ele dilacerava e devorava uma estrela que se aproximou demais dele. A galáxia está tão longe que sua luz, e os raios-x do evento, levaram 3,9 bilhões de anos para chegar à Terra. Já o segundo estudo, liderado por Ashley Zauderer, estudante de pós-doutorado do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, examinou as emissões sem precedentes com a ajuda de vários radiotelescópios em terra. A maior parte das galáxias, inclusive a nossa Via Láctea, abriga buracos negros gigantes, com milhões e até bilhões de vezes a massa do Sol, em seus centros. De acordo com os novos estudos, o buraco negro da galáxia que abriga a Swift J1644+57 teria o dobro da massa de 4 milhões de sóis do localizado no núcleo da Via Láctea. A medida que a estrela caiu em direção do buraco negro, ela foi destruída pela intensa gravidade, com sua matéria criando um disco em torno do horizonte de evento. Girando rapidamente à volta do buraco negro, este material foi aquecido a milhões de graus, formando dois "funis" em direções opostas por meio dos quais algumas partículas conseguem escapar, aceleradas a mais de 90% da velocidade da luz. Por sorte, no caso da Swift J1644+57, estes jatos estão apontados diretamente para a Terra.

Créditos: Globo Ciência

Exoplaneta de diamante orbita um pulsar de milissegundo

A idéia de um exoplaneta orbitando um pulsar (uma estrela de nêutrons cujo feixe de radiação gira atingindo nossos detectores) é tão bizarra que às vezes nos esquecemos de que os três exoplanetas que orbitam o pulsar PSR B1257+12 foram, de fato, os primeiros exoplanetas encontrados pelos astrônomos. Assim, o pulsar PSR B1257+12, detectado porAleksander Wolszczan em 1990 através do radio-telescópio de Arecibo, um objeto remanescente de uma estrela massiva que explodiu como uma supernova na constelação de Virgem, hospeda os primeiros planetas descobertos desde que Clyde Tombaugh realizou a descoberta de Plutão em 1930. Recentemente um quarto exoplaneta foi descoberto neste pulsar, um micro-exoplaneta com somente 1/5 da massa de Plutão. Nós conseguimos encontrar mundos tão pequenos orbitando sistemas estelares dada a característica específica da arquitetura dos pulsares: sua radiação eletromagnética é gerada de forma tão regular que facilita sobremaneira a observação da assinatura da presença de exoplanetas. Agora estudamos outro pulsar (PSR J1719-1438) que reside a 4.000 anos-luz da Terra na constelação da Serpente. Este objeto está em evidência devido à descoberta que seus pulsos estão sendo afetados pelo puxão gravitacional de um exoplaneta exótico. O que aprendemos sobre este mundo é intrigante. O novo exoplaneta é ligeiramente mais massivo que Júpiter e gira em torno do pulsar a uma distância de apenas 600.000 km, em uma corrida que o leva a dar uma volta em torno da estrela de nêutrons em 2 horas e 10 minutos. Por outro lado, o pulsar hospedeiro gira 10.000 vezes por minuto e sua massa foi estimada em cerca de 1,4 vezes a massa do nosso Sol. Dada sua gravidade extrema o pulsar tem apenas 20 quilômetros de raio. O fato intrigante é que na distância de 600.000 km do pulsar qualquer exoplaneta de dimensões jovianas que possua mais de 60.000 km de diâmetro (5 vezes o diâmetro da Terra) seria imediatamente destruído pela forte gravidade do pulsar. Assim, o exoplaneta nada se parece com Júpite. Dadas as restrições impostas pelas marés gravitacionais da estrela de nêutrons, os cientistas deduziram que se trata de um exoplaneta de dimensões reduzidas, porém extremamente denso. Consequentemente, Matthew Bailes (Swinburne University of Technology, Melbourne) e seu time reportaram que o exoplaneta é provavelmente um remanescente de uma estrela massiva que compunha um sistema binário primordial. O pulsar e seu companheiro estão tão próximos que o exoplaneta deve ser, de fato, o resíduo de uma estrela morta que perdeu 99,9% de sua massa, deixando uma interessante relíquia cósmica: um núcleo de carbono e oxigênio tão denso que podemos supor se tratar de um grande diamante. O artigo científico esclarece este tema:
O cenário observado no pulsar PSR J1719−1438 demonstra que circunstâncias especiais podem conspirar durante a evolução de sistemas binários com pulsar que permite que a companheira pode se transformar em um planeta exótico, diferente dos que estamos acostumados a encontrar no Universo. A composição química, pressão e dimensões da companheira de uma estrela de nêutrons podem cristalizar sua matéria (formando um mundo de diamante).
Os pesquisadores estimam que a maior parte original da massa roubada do ‘planeta-diamante’ foi absorvida pelo pulsar. Esta tese é reforçada pelo fato de termos detectado que 70% dos pulsares que giram tão rápido como este (chamados de pulsares de milissegundo) fazem parte de sistemas binários, isto é, estão acompanhados de outro massivo objeto. De acordo com a nota reportada pelo CSIRO, os astrônomos acreditam que tais companheiros, se forem de dimensões estelares, transferem sua massa para o pulsar e tal acelera sua rotação permitindo que atinjam tamanha velocidade rotacional. O resultado desta interação é um pulsar de milissegundo acompanhado de uma anã branca. Esta configuração de pulsar + anã branca faz sentido, mas encontrar antigas anãs brancas que sobreviveram à destruição infligida pela explosão de supernova para encontramos exoplanetas cristalinos parece incomum. Dr. Benjamin Stappers (Universidade de Manchester) afirmou:O destino final do sistema binário é determinado pela massa e período orbital da estrela doadora durante o período em que ocorre a transferência da massa. A raridade da existência dos pulsares de milissegundo com companheiros de massa planetária significa que a produção de tais cenários é mais uma exceção que uma regra, que exige um conjunto de circunstâncias especiais. Esta descoberta abre novas iniciativas de busca por pulsares em pesquisas mais sensíveis e inéditas. Novos estudos irão, sem dúvida, identificar mais planetas de pulsar e provavelmente discos de poeira intrigantes, tais como os encontrados em volta do magnetar 4U 0142+61. Afinal, a medida que avançam as pesquisas, descobrimos que os planetas se formam em uma miríade de maneiras, mesmo após eventos destrutivos como as supernovas.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A Cor do Universo

Você sabe qual é a cor do Universo?
A cor média do Universo é bege-clara. Oficialmente a cor chama-se Cosmic Latte.

Créditos: AstroPT & Wikipedia

VISTA revela 96 novos aglomerados estelares escondidos pelo disco da Via Láctea

O telescópio de rastreamento em infravermelho VISTA, pertencente ao ESO (Observatório Europeu Meridional) no Monte Paranal, deserto de Atacamama, no Chile, ajudou uma equipe internacional de astrônomos a descobrir 96 novos aglomerados estelares abertos escondidos pela poeira cósmica da Via Láctea. Dentro desta equipe trabalharam dois astrônomos brasileiros. Estes conjuntos tênues de estrelas, invisíveis em buscas anteriores, não conseguiram escapar dos detectores infravermelhos extremamente sensíveis do mais poderoso telescópio de rastreamento do céu já construído. O VISTA tem conseguido desvendar o que está escondido pela poeira interestelar. Esta descoberta por si só é um recorde, nunca tantos aglomerados esmaecidos foram encontrados de uma só vez. Esta notícia surge agora no primeiro aniversário do programa “Variáveis VISTA na Via Láctea” (VVV), uma das 6 campanhas de rastreamento suportadas por este novo telescópio. A maioria das estrelas com mais de 50% da massa do Sol formam-se em grupos chamados aglomerados estelares abertos. Estes aglomerados são os tijolos que compõem as galáxias e são essenciais dentro do processo de formação e desenvolvimento das galáxias similares a Via Láctea. Entretanto, os aglomerados estelares surgem em regiões repletas de poeira cósmica, que absorvem a maior parte da radiação visível emitida pelas estrelas jovens, tornando-as invisíveis à maioria dos telescópios de pesquisa celeste. Assim, agora, o VISTA resolve esta lacuna como seu espelho de 4.1 metros que opera nas frequências na faixa espectral do infravermelho. Utilizando um sistema de tratamento de imagens, cuidadosamente desenvolvido, a equipe removeu as estrelas que apareciam em frente de cada aglomerado e contou os membros genuínos do aglomerado. Em seguida, as imagens foram inspecionadas visualmente para se apurar o tamanho do aglomerado. Para os aglomerados que continham uma quantidade maior de estrelas foram feitas outras medições relativas a distância, idade e intensidade do avermelhamento que a sua radiação estelar sofre ao atravessar a poeira interestelar situada entre nós e os aglomerados escondidos. Radostin Kurtev, membro do time de cientistas explicou: Descobrimos que a maioria destes aglomerados são diminutos, contendo apenas cerca de 10 a 20 estrelas. Comparados com aglomerados abertos típicos, estes são conjuntos estelares muito tênues e compactos. Como agravante, a poeira que se encontra à frente destes aglomerados reduz seu brilho em 10.000 a 100 milhões de vezes no espectro visível. Isto explica, portanto, a razão de estarem escondidos. Até agora, apenas 2.500 aglomerados abertos foram encontrados na Via Láctea desde a antiguidade. No entanto, os astrônomos estimam que há pelo menos 30.000 escondidos por trás de poeira e gás. Enquanto os aglomerados abertos brilhantes e grandes sejam facilmente reconhecidos, esta é a primeira vez que tantos aglomerados pequenos e pouco brilhantes foram mapeados de uma só vez. Pode-se inferir deste resultado que estes 96 aglomerados abertos são apenas a “ponta do iceberg”. “Começamos agora a utilizar o software automático mais sofisticado para procurar aglomerados mais velhos e menos concentrados. Estamos confiantes que muitos outros serão rastreados em breve”, finalizou Borissova.

Explosão de estrela na galáxia M101 é detectada por astrônomos

Uma equipe de astrônomos relatou a explosão da estrela mais próxima já vista nas últimas quatro décadas, oferecendo para nós uma idéia quão violenta é a morte de uma estrela. A estrela localizada na Galáxia do Cata-Vento, a M101, localizada a aproximadamente 21 milhões de anos-luz de distância da Terra, pertence a um tipo de supernova vastamente observado chamado de Tipo 1a de supernovas ou de estrelas explosivas. “A melhor hora para ver essa estrela moribunda será logo após o anoitecer dentro de uma semana para os moradores do hemisfério norte:, disse o astrônomo da Universidade de Oxford, Mark Sullivan. “Você precisa ir para um local longe da poluição luminosa, com um bom par de binóculos, embora pequenos telescópios sejam a melhor escolha”. Esse Tipo 1a de explosão estelar é normalmente usado como um padrão astronômico para se definir com qual velocidade as galáxias distantes estão se afastando umas das outras, observações essas que levaram a descoberta de que o universo está se expandido de forma acelerada em 1998, fenômeno esse que agora se sabe deve-se ao efeito da energia escura que age como uma força anti-gravitacional nas vastas distâncias do universo. “Observar uma explosão de tão perto nos permite estudar esses eventos com detalhes sem precedentes”, disse Sullivan. Os astrofísicos atualmente possuem várias incertezas sobre o mecanismo exato que dispara a formação desse tipo de supernova, pensadas como sendo resultado ou da fusão de duas estrelas gêmeas ou da captura de gás de uma estrela por outra.

Créditos: Cienctec

Solo de Marte é mais adequado para a vida do que se pensava

Um novo estudo sugere que o solo de Marte pode ser capaz de suportar vida melhor do que se pensava. Os investigadores há muito que suspeitavam que a superfície marciana estava cheia de compostos oxidantes, o que dificultava a existência de moléculas complexas como os químicos orgânicos - os blocos de construção da vida como a conhecemos. Mas o novo estudo, que analisou dados recolhidos pela Phoenix da NASA, sugere que não é este o caso. "Embora possa haver algumas pequenas quantidades de oxidantes no solo, o material bruto é na realidade bastante benigno," afirma Richard Quinn, autor principal do estudo que trabalha no Centro de Pesquisa Ames da NASA e no Instituto SETI em Mountain View, Califórnia, EUA. "É muito semelhante a solos moderados que encontramos aqui na Terra." Os astrobiólogos há muito que se interessam pela caracterização dos solos em Marte, para ajudar a determinar se a vida pode ou não ter-se desenvolvido no planeta vermelho. A missão Phoenix da NASA, que custou 420 milhões de dólares, deu-nos muito que pensar no que toca a este assunto. Aterrou perto do pólo norte marciano no final de Maio de 2008, e recolheu uma variedade de observações ao longo dos cinco meses seguintes. A Phoenix é famosa por ter confirmado a existência de água congelada em Marte, mas também fez muitas medições interessantes do solo. Uma envolveu a acidez da poeira marciana, ou o seu nível de pH. "Nós não fazíamos idéia de qual seria o pH," afirma Quinn. "Havia quem acreditasse que seria muito ácido." Mas apenas um mês passado depois da aterragem, a Phoenix descobre que a poeira no seu local era relativamente básica, com um pH que ronda os 7,7. A missão também detectou vários químicos que podiam servir como nutrientes para formas de vida, incluindo o magnésio, potássio e cloreto. Estas descobertas intrigaram os cientistas, sugerindo que o solo marciano é talvez mais hospitaleiro à vida microbiana do que se pensava. E os novos resultados fornecem mais evidências nestas linhas. A Phoenix fez esta e outras descobertas usando o seu laboratório a bordo. Recolheu solo marciano e depositou-os em pequenas amostras com água trazida da Terra, que de seguida analisou. Quinn e seus colegas estudaram os dados obtidos pela Phoenix em 2008, focando-se desta vez em medições do potencial de oxidação-redução dos solos marcianos. A oxidação refere-se à libertação de elétrons. É um processo destrutivo que pode quebrar moléculas complexas como o ADN, que é a razão por que precisamos de antioxidantes como parte de uma dieta regular. Os cientistas tinham razões para pensar que o solo marciano podia ser altamente oxidante, acrescenta Quinn. Em meados da década de 70, as sondas Viking misturaram compostos orgânicos com solo marciano, e os químicos pareceram decompor-se. A própria Phoenix detectou uma molécula chamada perclorato, que em várias condições pode ser um forte oxidante. Mas os novos resultados, anunciados o mês passado na revista Geophysical Research Letters, pintam uma imagem mais alegre do solo do planeta vermelho no que toca à habitabilidade. "Quanto estudamos toda a composição do material, e medimos a reactividade global desse solo em solução, é comparável ao que se descobre em solos da Terra," afirma Quinn. "Por isso segundo este ponto de vista, não é um ambiente extremo." Os resultados não provam a existência de vida marciana, presente ou passada. No entanto, esta e outras descobertas - incluindo evidências obtidas pela câmara HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment) a bordo da Mars Reconnaissance Orbiter da NASA, de que água líquida pode ter percorrido mesmo por baixo da superfície marciana o ano passado - tornam os cientistas cada vez mais esperançosos. "As evidências da equipe da HiRISE, de que possa haver fluxo sazonal de água em alguns locais, combinadas com esta medição que mostra que quando o solo está molhado, na realidade não são condições nada duras - são muito positivas em termos do potencial para a vida," conclui Quinn.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

VLT observa "Os Olhos" em Virgem

O Very Large Telescope do ESO obteve uma imagem extraordinária de um par de galáxias bonitas, mas incomuns, chamadas Os Olhos. A maior, NGC 4438, já foi uma galáxia espiral, mas entretanto sofreu deformações devido a colisões com outras galáxias nas últimas centenas de milhões de anos. Os Olhos situam-se a cerca de 50 milhões de anos-luz de distância na constelação da Virgem e encontram-se separados entre si, cerca de 100.000 anos-luz. O nome vem da aparente semelhança entre os núcleos deste par de galáxias – duas ovais brancas que parecem um par de olhos brilhando na escuridão, quando observados através de um telescópio de tamanho moderado. Embora os centros destas duas galáxias sejam semelhantes, as regiões exteriores não podiam ser mais diferentes. A galáxia que se encontra no canto inferior direito da imagem, conhecida por NGC 4435, é compacta e parece ser praticamente desprovida de gás e poeira. Contrariamente, na galáxia grande da parte superior esquerda (NGC 4438) observa-se uma zona de poeira logo por baixo do núcleo, estrelas jovens à esquerda do centro e gás que se estende pelo menos até aos limites da imagem. A NGC 4438 perdeu o seu conteúdo devido a um processo violento: uma colisão com outra galáxia. Este choque distorceu a forma espiral da galáxia, tal como poderá acontecer com a Via Láctea quando esta colidir com a sua galáxia vizinha Andrômeda daqui a três ou quatro milhões de anos. A NGC 4435 pode ser a culpada dessa situação. Alguns astrônomos pensam que a deformação da NGC 4438 resultou de uma aproximação de cerca de 16.000 anos-luz entre estas duas galáxias, fenômeno que teria acontecido há 100 milhões de anos. Mas enquanto a galáxia maior sofreu apenas algumas deformações, a menor foi significativamente mais afetada pela colisão. As forças de maré originadas pelo choque são as prováveis responsáveis por arrancar conteúdo da NGC 4438, reduzir a massa da NGC 4435 e remover a maior parte do seu gás e poeira. Outra possibilidade é que tenha sido a galáxia gigante elíptica Messier 86, mais afastada dos Olhos e visível na imagem abaixo, a responsável pelas deformações da NGC 4438. Observações recentes encontraram filamentos de hidrogênio ionizado ligando as duas galáxias, indicando que estas podem ter colidido no passado. A galáxia elíptica Messier 86 e os Olhos pertencem ao aglomerado de Virgem, um agrupamento de galáxias muito rico. Em zonas tão populosas como esta as colisões de galáxias são relativamente frequentes, por isso talvez a NGC 4438 tenha sofrido encontros tanto com a NGC 4435 como com a Messier 86.

Créditos: ESO

Cientistas chineses querem desviar Apophis da Terra

Detectado em 2004, o asteróide Apophis passará perto da Terra em 2029, a 30 mil quilômetros do nosso planeta, embora não represente, segundo os mais recentes cálculos, um perigo iminente. No entanto, num artigo publicado na Research in Astronomy and Astrophysics, uma equipe de cientistas da Universidade Tsinghua (China) propõe enviar uma sonda para colidir com o asteróide e desviá-lo da sua órbita. Existe uma remota possibilidade do Apophis atravessar uma região do espaço chamada ‘fenda de ressonância gravitacional’ que mudaria a sua trajetória fazendo com que passasse uma segunda vez muito perto da Terra. Calcula-se que o Apophis passará pelo nosso planeta a 13 de Abril de 2029. O possível retorno aconteceria em 2036. O pequeno tamanho da fenda de ressonância gravitacional – 600 metros – faz com que seja pouco provável que seja atravessada. Mesmo assim, os investigadores asseguram que é necessário preparar missões que possam ser úteis para resolver futuros problemas. O modelo proposto pelos cientistas liderados pelo físico Sheng-Ping Gong implica a colocação em órbita de uma pequena nave que iria circular no sentido contrário do asteróide. O funcionamento deste dispositivo, composto por uma vela, seria similar ao de um veleiro, só que em vez de ser empurrado pelo vento, seria impulsionada pela radiação proveniente do Sol. Os investigadores calculam que uma vela de 10 quilogramas lançada um ano antes poderia alcançar uma velocidade de 90 quilômetros por segundo, suficiente para eliminar a possibilidade de retorno em 2036. Não é a primeira vez que se planejam missões para desviar este asteróide de 320 metros de diâmetro e mais de 45 milhões de toneladas. Em 2009, investigadores russos planejaram uma missão para deter Apophis cujo potencial destrutivo seria equivalente a dezenas de milhares de bombas atômicas.

Créditos: Ciência Hoje

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

MESSENGER revela história fantasma de Mercúrio

As imagens que a sonda MESSENGER envia de Mercúrio diariamente estão permitindo que se possa contar a história geológica do planeta. Nessa imagem, pode-se perceber que em certo momento existiu uma cratera que lembra muito em forma a cratera ainda visível na parte superior direita da imagem. Então, a lava vulcânica inundou a superfície, cobriu a cratera e deixou apenas uma marca do limite do anel da cratera. Depois de extensas inundações que ocorreram na parte norte de Mercúrio, corpos cósmicos adicionais se chocaram com a superfície do planeta criando outras crateras de vários tamanhos e que podem ser vistas aqui.

Créditos: Cienctec

Missão WISE descobre a classe de estrelas mais frias

Cientistas usando dados do Wide-field Infrared Survey Explorer da NASA, ou WISE, descobriram a classe de corpos semelhantes a estrelas mais frios do universo, com temperaturas tão frias quanto as do corpo humano. Os astrônomos caçaram esses objetos escuros, chamados de anãs Y, por mais de uma década sem sucesso. Quando observados com telescópio que captam a luz visível, eles são praticamente impossíveis de serem detectados. A visão infravermelha do WISE permitiu que o telescópio finalmente registrasse o brilho apagado de seis anãs Y localizadas a uma distância relativamente pequena do nosso Sol, algo em torno de 40 anos-luz. “O WISE vasculhou todo o céu em busca desses e outros objetos, e foi capaz de registrar a sua luz quase invisível com sua visão infravermelha altamente sensível”, disse Jon Morse, diretor da Divisão de Astrofísica no NASA Headquarters em Washington. “Elas são 5.000 vezes mais brilhantes nos comprimentos de onda mais longos observados pelo WISE do espaço do que se fossem observados do chão”. As anãs Y são os membros mais frios da família das anãs marrom. Anãs marrom são às vezes chamadas de estrelas que falharam. Elas têm tão pouca massa para fundir átomos em seus núcleos e assim não queimam o combustível que mantêm as estrelas brilhando como o nosso Sol por bilhões de anos. Ao invés disso, esses objetos se esfriam e se apagam com o tempo, até que somente uma pequena parcela de luz é emitida nos comprimentos de onda do infravermelho. Os astrônomos estudam as anãs brancas para entenderem melhor como as estrelas se formam, e para entenderem as atmosferas dos planetas localizados além do nosso Sistema Solar. As atmosferas das anãs marrom são similares à atmosfera de planetas como Júpiter, mas elas são mais fáceis de serem observadas pois elas estão sozinhas no espaço longe do brilho intenso de uma estrela mãe. Os dados do WISE revelaram 100 novas anãs marrom. Mais descobertas são esperadas à medida que os cientistas continuarem a examinar a enorme quantidade de dados obtidos pelo WISE. O telescópio realizou a mais avançada pesquisa do céu no comprimento de onda do infravermelho de que se tem notícia na história, de Janeiro de 2010 até Fevereiro de 2011 vasculhando todo céu uma vez e meia. Das 100 novas anãs marrom identificadas, seis podem ser classificadas como anãs Y. Uma delas, a chamada WISE 1828+2650 é considerada como a anã marrom mais fria já descoberta com uma temperatura atmosférica estimada em 25˚C. “As anãs marrom que foram descobertas antes e que tinham o recorde de estrela mais fria do universo tinham a temperatura de um forno”, disse Davy Kirkpatrick, um membro da equipe de ciência do WISE que trabalha no Centro de Processamento e Análise Infravermelha no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, na Califórnia. “Com a descoberta das anãs Y, nós estamos saindo da cozinha e entrando nas partes mais frias da casa”. As anãs Y estão na vizinhança do Sol, a distância entre 9 e 40 anos-luz. A anã Y que está a aproximadamente 9 anos-luz de distância, a WISE 1541-2250, pode-se tornar o sétimo sistema estelar mais próximo mandando o Ros 154 para a oitava posição. Por comparação, a estrela Proxima Centauri a estrela mais próxima do Sol está a uma distância de 4 anos-luz. “Encontrar anãs marrom próximas do Sol é como descobrir que existe uma casa escondida no seu quarteirão e você não sabia que a casa estava ali”, disse Cushing. “O que é mais intrigante é saber que temos vizinhos no espaço que ainda precisam ser descobertos. Com o WISE, nós podemos encontrar anãs marrom a distâncias até menores do que a nossa estrela mais próxima”. Uma vez que a equipe do WISE identificou as estrelas candidatas a anãs marrom, eles voltaram o Telescópio Espacial Spitzer da NASA para esses alvos. Para confirmar por definitivo as estrelas, a equipe do WISE usou alguns dos mais poderosos telescópios existentes na Terra para assim separar a luz vinda do objeto e buscar por assinaturas moleculares de elementos como a água, o metano e possivelmente amônia. Para as novas anãs Y mais frias a equipe usou o Telescópio Espacial Hubble. As anãs Y foram identificadas com base numa mudança em suas feições espectrais comparadas com outras anãs marrom, indicando que elas tem uma temperatura atmosférica menor.

Créditos: WISE

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sentindo a distorção

Uma galáxia está sendo esticada perdendo a sua forma e foi imageada pelo Telescópio Espacial Hubble das Agências Espaciais NASA e ESA. Conhecida como NGC 2146, essa galáxia tem sofrido sérias torções e deformações de modo que um de seus imensos braços empoeirados localiza-se agora diretamente em frente ao centro da galáxia, como mostra a imagem acima. A NGC 2146 é classificada como uma espiral barrada devido a sua forma, mas a feição mais distinta é o seu braço espiral que faz um laço em frente ao centro da galáxia como pode ser visto da nossa perspectiva. As forças necessárias para distorcer essa estrutura de sua forma natural e torcê-la em 45 graus são colossais. A explicação mais provável é que exista uma galáxia vizinha e que ela esteja perturbando gravitacionalmente e distorcendo a órbita da maioria das estrelas da NGC 2146. É provável que nós estejamos atualmente testemunhando os estágios finais de um processo que está ocorrendo por dezenas de milhões de anos. A NGC 2146 está passando por intenso processo de formação de estrelas, esse processo é tão violento dentro da galáxia que ela é chamada de galáxia de explosão de estrelas. Esse é um estado comum para as espirais barradas, mas a ruptura gravitacional extra que a NGC 2146 está enfrentando sem duvida alguma supera esse fato da formação de estrelas, pois o processo de torção da galáxia comprime nebulosas ricas em hidrogênio e dispara assim o processo de geração de estrelas. Medindo aproximadamente 80.000 anos-luz de uma ponta a outra, a NGC 2146 é um pouco menor que a Via Láctea. Ela está localizada a aproximadamente 70 milhões de anos-luz de distância da Terra na direção da apagada constelação do céu do norte de Camelopardalis (A Girafa). Embora seja fácil de observá-la com um telescópio de tamanho moderado como um borrão de luz azul alongada, ela não tinha sido descoberta até 1876, quando o astrônomo alemão Friedrich Winnecke encontrou-a visualmente usando um telescópio de 16 centímetros.

Créditos: Space Telescope

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Opportunity começa a explorar rochas nas vizinhanças da cratera Endeavour em Marte

A sonda da NASA conhecida como Mars Exploration Rover Opportunity registrou novas imagens do intrigante terreno de Marte desde uma pequena cratera que fica próxima do anel da grande cratera Endeavour. A sonda chegou na cratera Endeavour de 21 quilômetros de diâmetro, no dia 9 de Agosto de 2011 depois de uma jornada de quase três anos. A sonda Opportunity está agora examinando o material ejetado da pequena cratera denominada de Odyssey. A sonda está se aproximando de um grande pedaço de rocha ejetada para estudá-lo com as ferramentas presentes no braço robótico da sonda. A Opportunity está fazendo seu caminho de forma vagarosa, mas de forma direta em direção ao pedaço de rocha chamado de Tisdale. Quando ela alcançar esse pedaço de rocha, irá estudá-lo em detalhe, pois ele é com certeza um dos mais complicados, e interessantes pedaços de rocha já encontrados pela sonda Opportunity desde que pousou em Marte anos atrás.

Créditos: Cienctec

sábado, 20 de agosto de 2011

Por que, às vezes, se forma um anel em volta da Lua?

O nome desse anel luminoso é halo lunar: um fenômeno óptico que acontece quando a luz da Lua passa por minúsculos cristais de gelo suspensos na atmosfera. O resultado é um anel de luz com área até 44 vezes maior que a do satélite terrestre em dias de lua cheia. O fenômeno se dá na troposfera, a cerca de 17 quilômetros de altitude, graças aos cristais de gelo que formam as nuvens do tipo cirrus. Quando a luz lunar passa por essa camada de nuvens, rola uma refração, ou seja, ela pode mudar de direção. É isso que forma o halo no céu - algo similar acontece quando mergulhamos um canudo num copo e a imagem acima e abaixo do líquido ficam desencontradas. Já o formato circular do halo é fruto da estrutura hexagonal dos cristais. O arco-íris é outro exemplo de espetáculo visual causado pela interação entre a luz que entra no planeta e elementos da atmosfera - a diferença, nesse caso, é que a fonte de luz é o Sol e o meio de refração são gotículas suspensas. Embora não seja tão colorido, o halo lunar costuma ser usado na meteorologia popular: há quem garanta que um anel em volta da Lua é sinal de chuva.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Câmera HiRISE fotografa cavidade em cratera de Marte

No começo de 2011, a equipe que trabalha com a câmera CTX observou em Marteuma cratera contendo uma mancha preta nos taludes empoeirados do vulcão Pavonis Mons. A câmera HiRISE fez então uma imagem detalhada dessa feição e descobriu ali essa feição geológica nada comum. A mancha escura é na verdade uma abertura para uma caverna subterrânea com 35 metros de diâmetro. Cavernas normalmente se formam em regiões vulcânicas como essa quando o fluxo de lava se solidifica no topo, mas o fluxo continua abaixo da crosta sólida. Esses rios submersos de lava podem então serem drenados deixando no lugar o tubo por onde eles fluíram vazio. Nós podemos usar a sombra projetada no interior da cavidade para calcular a profundidade, que nesse caso é de 20 metros. A origem dos maiores buracos ainda é obscura. Você pode ver áreas onde o material nas paredes escorrega para dentro da cavidade. Agora fica a pergunta, quanto material desapareceu através da cavidade dentro da caverna subterrânea? No final de 2011, a HiRISE irá adquirir uma segunda imagem da região, o que proporcionará a criação de um par estereográfico. Observando essa feição por meio de um par estereográfico nos ajudará a revelar os mistérios dessa formação.

Créditos: HiRISE

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Spitzer pode ter detectado grafeno no espaço

O Telescópio Espacial Spitzer da NASA registrou a assinatura de flocos achatados de carbono, chamados de grafeno, no espaço. Se confirmado, essa será a primeira detecção cósmica do material, que arranjado como uma tela de cerca em lençóis planos e que possuem a espessura de um átomo. O grafeno foi sintetizado pela primeira vez em laboratório em 2004, e pesquisas subsequentes de suas propriedades únicas garantiram o prêmio Nobel para seus idealizadores em 2010. Ele é muito fino e muito forte e conduz eletricidade tão bem quanto o cobre. Alguns pensam nele como o “material do futuro”, com aplicações em computadores, telas, aparelhos elétricos, painéis solares e muito mais. A identificação do grafeno no espaço não vai resultar na construção de nenhum computador super rápido, mas os pesquisadores estão interessados em aprender mais sobre como ele é criado . Entender as reações químicas envolvendo carbono no espaço pode possuir as pistas de como nós mesmos que somos baseados em carbono e como a vida na Terra se desenvolveu. O Spitzer identificou sinais de grafeno em duas pequenas galáxias chamadas de Nuvens de Magalhães, especialmente no material expelido pelas estrelas moribundas conhecidas como nebulosas planetárias. A sensibilidade infravermelha do telescópio também registrou uma molécula relacionada, conhecida como C70, na mesma região – fazendo com que essa fosse a primeira detecção desse tipo de química fora da nossa galáxia. A C70 e o grafeno pertencem à família dos fulerenos, que inclui as moléculas chamadas de “buckyballs”, ou C60. Essas esferas de carbono possuem 60 átomos de carbonos arranjados como uma bola de futebol, e foram assim denominadas devido à sua semelhança com os domos arquitetônicos de Buckminister Fuller. As moléculas de C70, possuem 70 átomos de carbono e possuem um formato mais alongado, mais parecido com uma bola de rugby. Os fulerenos já tinham sido encontrados em meteoritos carregando gases extraterrestres, e a água tem sido recentemente encapsulada dentro das “buckyballs”, usando técnicas inovadoras de laboratório. Essas descobertas sugerem que os fulerenos podem ter ajudado a transportar do espaço para a Terra há muito tempo atrás, possivelmente ajudando no pontapé inicial da vida. De acordo com os astrônomos, o grafeno, as “buckyballs” e o C70 podem se formar quando as ondas de choques geradas por estrelas que estão morrendo quebram e separam o hidrogênio contido nos grãos de carbono.

Créditos: Cienctec

Radar da sonda Cassini observa em detalhe cratera Menrva em Titã

A imagem acima foi criada combinando dois diferentes tipos de imagens de radar da sonda Cassini da NASA, e revela mais detalhes da cratera Menrva de Titã (à esquerda) e de suas imediações do que uma simples imagem poderia revelar. Centrada em 20 graus norte de latitude e 77 graus oeste de longitude em Titã, a imagem é uma sobreposição de duas imagens feitas com o radar de abertura sintética (SAR), produzidas pelo Titan Radar Mapper da sonda Cassini. A imagem mais estreita, na forma de arco que corta a imagem da esquerda para a direita foi adquirida em 26 de Março de 2007, a imagem que compõem o plano de fundo foi adquirida no dia 21 de Junho de 2011, usando uma técnica denominada de HiSAR. Essa técnica foi desenvolvida pelos engenheiros de radar para que pudessem levar vantagem do tempo de observação quando a Cassini não estivesse próxima o suficiente de Titã para permitir a operação normal do radar. A técnica HiSAR que significa High Altitude Synthetic Aperture Radar, usa somente o feixe central do radar com o radar em modo de baixa resolução, fazendo com que a imagem obtida pelo radar seja equivalente a uma imagem obtida por uma câmera de ângulo aberto. A técnica HiSAR também permite produzir imagens quando a intensidade do sinal é baixa devido a extrema distância ou ao pobre ângulo de visão. Embora a técnica HiSAR não produza imagens com a mesma resolução daquelas obtidas com o radar de abertura sintética normal, essa técnica inovadora permite uma maior cobertura. Sem o HiSAR somente um pequeno segmento da cratera Menrva seria visível o contexto onde está inserida tal feição seria desconhecido. Essa imagem cobre uma área de 850 quilômetros de altura e de 1500 quilômetros de largura.

Créditos: Cienctec

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Perseida abaixo

Muitas pessoas ao redor do planeta Terra, observaram a chuva de meteoros dos Perseidas esse ano, olhando para um céu iluminado pela Lua Cheia. Mas essa impressionante imagem acima foi registrada pelo astronauta Ron Garan olhando um meteoro Perseidas de um ângulo diferente, ou seja, de cima para baixo. Do ponto de vista de Garan na Estação Espacial Internacional, orbitando a Terra a uma altura de 380 quilômetros, o meteoro dos Perseidas que criou o rastro abaixo, varre a poeira deixada pelo cometa Swift-Tuttle que foi aquecido quando passou perto da Terra. Os grãos de poeira deixados pelo cometa estão viajando a uma velocidade aproximada de 60 km/s através da camada mais densa da atmosfera a 100 quilômetros acima da superfície. Nesse caso, o rastro do meteoro pode ser visto à direita do centro da imagem, abaixo pode ser visto o limbo curvo da Terra e uma camada de ar brilhante verde. Fora da imagem, o Sol está no horizonte além de um dos painéis da estação na parte superior direita da imagem. O que pode ser visto acima do meteoro próximo do horizonte é a brilhante estrela Arcturus e um campo de estrelas que incluem as constelações de Bootes e de Corona Borealis. A imagem foi feita no dia 13 de Agosto de 2011, enquanto a estação espacial passava por uma área sobre a China a 400 quilômetros a noroeste de Pequim.

Créditos: APOD

Busca por universos paralelos é "promissora", diz cientista

A idéia de universos paralelos sempre exerceu fascínio sobre cientistas, teóricos e roteiristas de filme, mas pouco consideravam a hipótese mais do que uma teoria divertida e capaz de dar "nós" no cérebro. Entretanto, agora cientistas estão pensando uma maneira de averiguar a existência de outros universos, partindo da crença de que, se eles existem, teríamos "esbarrado" uns nos outros. As informações são do site especializado Space. Estas colisões deixariam marcas na radiação das micro-ondas cósmicas de fundo (CMB, na sigla em inglês), ou seja, na luz residual da explosão do big bang que permeia o universo. E é a partir do estudo desta radiação que os pesquisadores esperam descobrir se há indícios da existência de outros universos. O conceito de universos múltiplos vem da teoria de inflação eterna, que propõe que, após o big bang, o espaço-tempo se expandiu em diversas frentes e em diferentes níveis, dando origem a universos-bolha que funcionam com suas próprias leis da física. Daniel Mortlock, astrofísico da universidade College London, e sua equipe começaram as buscas por marcas de colisões entre universos, mas ainda não chegaram a resultados conclusivos. De acordo com Mortlock, o choque entre universos deixaria um padrão circular na luz residual do big bang. "Se você imagina duas bolhas se chocando, elas teriam marcas circulares na superfície de encontro, e é isso que estamos procurando na CMB", explica o astrofísico. A equipe criou um algoritmo de computador para analisar os dados observados na CMB em busca do padrão circular. Em dados coletados pela Nasa, a agência espacial americana, o software encontrou quatro regiões "promissoras", mas os cientistas ainda consideram possível que se trate apenas de uma coincidência. O próximo passo da equipe é trabalhar com dados do observatório espacial europeu. Para Mortlock, a existência de múltiplos universos tornaria mais fácil compreender porque o nosso universo reuniu todas as características "certas" para o surgimento da vida e do sistema solar. Se o número de universos é infinito, aumenta a probabilidade da junção de fatores que configuram o nosso. Mortlock já publicou dois artigos sobre o tema, mas ainda afirma que "é difícil pensar sobre o tema".

terça-feira, 16 de agosto de 2011

NGC 4911

O Telescópio Espacial Hubble das Agências Espaciais NASA e ESA fez uma imagem espetacular e surpreendente da galáxia espiral denominada de NGC 4911 que está localizada a mais de 320 milhões de anos-luz da Terra no Aglomerado de Galáxias da Coma que possui aproximadamente 1.000 galáxias e ilhas de estrelas que são provavelmente similares à Via Láctea. Olhando essa imagem surpreendente podemos nos perguntar: que mistérios e vidas existem lá? Será que existe alguma? A galáxia apresenta nessa detalhada imagem ricas linhas de poeira e gases próximo do seu centro. Os cientistas da NASA reportaram que o aglomerado é uma das mais densas coleções de galáxias no chamado universo próximo. Essa galáxia se apresenta de frente para nós aqui na Terra e está localizada na constelação do céu do norte Coma Berenices. A imagem combina dados coletados pelo Hubble em 2006, 2007 e 2009 para então montar essa versão em alta resolução da galáxia. As formações observadas ao longo dos braços da galáxia principal são o resultado de um processo de fusão que está no seu começo. A galáxia de frente para a Terra e uma outra galáxia espiral localizada próximo do centro do aglomerado estão sendo transformadas pela força gravitacional das suas vizinhas que constituem o aglomerado de galáxias.

Créditos: Cienctec

SDSS J1254+0846

A maior parte dos quasares são feixes de luz que retratam uma época em que o universo era mais quente e mais denso. Estranhamente, pode-se pensar, parecem existir mais quasares binários do que era esperado de se encontrar, devido ao fato do ambiente galáctico ser algo muito denso. Uma vez que um quasar tenha se formado, existe algo que dispare a formação de um outro quasar. Existem aproximadamente um milhão de quasares conhecidos, dos quais 200 são binários, reporta Paul Green da Universidade de Harvard – e essa é considerada uma grande abundância desse tipo de objeto dada a dificuldade que se tem de se separar os pares quando são observados. O Observatório de Raios-X Chandra vem estudando sete desses pares com mais atenção, em busca da solução do mistério de por que tantos quasares parecem ser formados em pares. Nenhuma evidência até o momento foi encontrada para qualquer tipo de crescimento extra ou para uma quantidade muito alta de processos de fusão entre galáxias. Para adicionar mais complexidade a essa pesquisa, enquanto que em um ambiente de alta densidade, logicamente temos uma maior fusão de galáxias e então extensas emissões de raios-X, um ambiente de baixa densidade reduz a velocidade relativa das galáxias individuais permitindo mais tempo para a interação, caso duas galáxias se aproximem demais uma da outra. O par de quasares favorito de Green, é o chamado de SDSS J1254+0846, ele está localizado a aproximadamente 4.6 bilhões de anos-luz da Terra mas os seus núcleos brilhantes estão separados por somente 70.000 anos-luz. Imagens de alta resolução revelam grandes caudas geradas pelas enormes forças de marés, essas caudas surgem pois esse par é formado a partir da colisão entre duas galáxias que tem como uma de suas feições características o surgimento dessas caudas. O próximo passo ideal na pesquisa de Green, será apontar o Telescópio Espacial Hubble para essas distantes fontes de raios-X e tentar identificar mais objetos em fusão do que o Chandra tem encontrado, o que poderia explicar não somente a existência dos quasares binários mas também nos mostrar mais sobre as condições existentes no início do universo.

Créditos: AstroPT

domingo, 14 de agosto de 2011

GJ 1214b

Astrônomos do ESO analisaram a atmosfera de uma super-Terra através do VLT (Very Large Telescope), em Monte Paranal, Chile. O exoplaneta, conhecido como GJ 1214 b, foi estudado quando transitou na frente da sua estrela hospedeira. Os cientistas aproveitaram esta oportunidade para observar uma fração da radiação estelar que atravessou sua atmosfera. Sabemos agora que a atmosfera deste exoplaneta é composta essencialmente por água, que se apresenta sob a forma de vapor ou dominada por nuvens espessas ou névoas. O exoplaneta GJ 1214 b foi descoberto em 2009 através do dispositivo HARPS, instalado no telescópio de 3,6 metros do ESO, situado no Chile. Os resultados iniciais indicavam que este exoplaneta tinha uma atmosfera, a qual foi agora confirmada e estudada em detalhe por uma equipe internacional de astrônomos, liderada por Jacob Bean (Harvard–Smithsonian Center for Astrophysics), utilizando o instrumento FORS montado no VLT (Very Large Telescope) do ESO. Jacob Bean afirmou: O exoplaneta GJ 1214 b tem um raio cerca de 2,6 vezes maior do que o da Terra e possui cerca de 6,5 vezes mais massa que a Terra, 2% da massa de Júpiter, o que o coloca naturalmente na classe das super-Terras. A sua estrela hospedeira reside a cerca de 40 anos-luz de distância da Terra na constelação de Ofiúco (ou Serpentário). GJ 1214 é uma estrela anã vermelha, com baixa luminosidade e também pequena no seu diâmetro, o que quer dizer que o tamanho do exoplaneta é relativamente grande quando comparado com o disco estelar, tornando-o razoavelmente fácil de estudar. O exoplaneta passa em frente do disco da estrela progenitora a cada 38 horas, à medida que a orbita a uma distância de apenas dois milhões de quilômetros: cerca de setenta e cinco vezes mais perto da sua estrela que a órbita da Terra em torno do Sol. Para estudar a atmosfera, a equipe observou a radiação vinda da estrela à medida que o exoplaneta passava à sua frente. Durante estes trânsitos, uma pequena fração da radiação estelar atravessa a atmosfera do exoplaneta e, felizmente, dependendo da composição química e do tempo atmosférico no exoplaneta, comprimentos de onda específicos são absorvidos. A equipe comparou depois estas novas e precisas medições com o que se esperaria observar para várias composições atmosféricas específicas. Antes destas observações, três atmosferas possíveis para GJ 1214 b foram propostas:
1 - Rodeado por água: como este exoplaneta está perto demais de sua estrela, grande parte da água estaria na atmosfera como vapor;
2 - Atmosfera de hidrogênio: uma exoplaneta rochoso rodeado de nuvens altas ou nevoeiros opacos que obscureceriam sua visão;
3 - Um Mini-Netuno: um exoplaneta com pequeno núcleo rochoso e uma atmosfera muito espessa, rica em Hidrogênio.
As novas medições no espectro próximo do infra-vermelho (780 a 1.000 nanômetros) não mostram sinais de forte abundância de hidrogênio e por isso a terceira hipótese está definitivamente excluída. Portanto, ficamos com as opções 1 e 2: ou a atmosfera é rica em vapor ou encontra-se coberta por nuvens ou nevoeiros, semelhantes aos observados nas atmosferas de Vênus e Titã em nosso Sistema Solar, as quais escondem a assinatura do hidrogênio. Jacob Bean completa afirmando: Até antes desta pesquisa tínhamos descoberto gases como hidrogênio e vapor de sódio nas atmosferas de “Júpiteres quentes” através do estudo do trânsito, situação quando o exoplaneta passa entre sua estrela e a Terra, permitindo-nos ver em que comprimentos a radiação luminosa da estrela é absorvida. A assinatura química resultante nos permite decompor os elementos químicos presentes na atmosfera de um exoplaneta, um mundo cuja imagem nós não conseguimos ver diretamente. Neste caso, GJ 1214 b atravessa a sua estrela hospedeira durante cinqüenta minutos de cada órbita de 38 horas. Este cenário nos abriu uma passagem para os estudos da atmosfera de uma super-Terra que futuramente será revelada em maiores detalhes.

Floresta de canais nas camadas de depósitos do pólo sul de Marte

Uma série de canais regularmente espaçados e ramificados estão presentes próximos da parte superior dessa imagem que reúne múltiplas exposições feitas das camadas dos depósitos polares sul de Marte. Essa imagem foi feita enquanto se caminhava para o final da estação do verão no pólo Sul de Marte, de modo que todo o dióxido de carbono sazonal congelado já havia desaparecido da superfície por meio da sublimação, ou seja, a transição direta do estado sólido para o gasoso. Veja na imagem detalhes desses aglomerados, cada um com aproximadamente 300 metros de comprimento. A sublimação do dióxido de carbono sazonal nas regiões polares de Marte parece erodir canais conectados na subsuperfície do planeta, à medida que o gás dióxido de carbono limpa a superfície abaixo do gelo de dióxido de carbono, a imagem abaixo mostra detalhes a esse respeito. Essas feições são comuns na região polar sul de Marte. Contudo, os aglomerados de canais aqui observados estão em seus corretos espaçamentos. A erosão guiada pelo gás dióxido de carbono irá explorar fraquezas pré-existentes na subsuperfície, assim, é possível que essas feições sejam seguidas por conjuntos de fraturas que existam nas camadas dos depósitos. A regularidade dessas feições pode sugerir algo sobre a espessura abaixo da superfície. Certamente, essas feições observadas na superfície de Marte fornecem pistas sobre o que está acontecendo abaixo da superfície do planeta.

Créditos: HiRISE

sábado, 13 de agosto de 2011

Encontrado anel de antimatéria ao redor da Terra

A Terra possui ao seu redor um anel de antiprótons, confinados pelas linhas do campo magnético do nosso planeta. Essa antimatéria, que pode persistir por períodos que vão desde alguns minutos até horas, antes de se aniquilar com a matéria normal na atmosfera, poderia ser usada para abastecer os foguetes ultra-eficientes do futuro. A Terra é constantemente bombardeada por raios cósmicos vindo do espaço que, ao chegar, criam uma chuva de novas partículas conforme eles colidem com as partículas de matéria ao se aproximar do planeta. E essa chuva de partículas contém antipartículas. Muitas delas ficam presas dentro dos cinturões de radiação de Van Allen, duas zonas com formato de grossos anéis ao redor do planeta, onde as partículas carregadas espiralam ao redor das linhas do campo magnético da Terra. Satélites artificiais já haviam detectado pósitrons - os equivalentes de antimatéria dos elétrons - no cinturão de radiação. Agora, uma sonda detectou antiprótons, que têm uma massa 2.000 vezes maior do que os pósitrons. Partículas mais pesadas tomam rotas mais abertas quando espiralam em torno das linhas magnéticas do planeta - linhas mais fracas do campo magnético também geram espirais mais largas. Assim, os antiprótons relativamente pesados, ao viajar ao redor das fracas linhas magnéticas do cinturão externo de radiação, devem seguir loops tão grandes que são rapidamente puxados para a atmosfera, onde se aniquilam com a matéria normal. Mas se acreditava que o cinturão interno teria campos fortes o suficiente para capturar os antiprótons - e, na verdade, foi justamente aí que eles agora foram encontrados. Piergiorgio Picozza e seus colegas da Universidade de Roma, na Itália, detectaram antiprótons usando o PAMELA, um detector de raios cósmicos italiano que está no espaço, a bordo de um satélite russo de observação da Terra. A sonda voa através do cinturão interno de radiação da Terra, em uma posição diretamente acima do Atlântico Sul. Entre julho de 2006 e dezembro de 2008, o PAMELA detectou 28 antiprótons presos em órbitas espirais em torno das linhas do campo magnético que brotam do pólo sul da Terra. Se parece pouco, é importante lembrar que o PAMELA captura amostras em uma parte quase desprezível do cinturão interno de radiação - o equivalente à área de seus sensores. Extrapolando os resultados para toda a área ao redor da Terra, os cientistas calculam que há um bocado de antimatéria girando continuamente ao nosso redor. "Estamos falando de bilhões de partículas", afirmou Francesco Cafagna, da Universidade de Bari, na Itália. Essa armadilha de antimatéria natural não é muito diferente das armadilhas de antimatéria que os físicos estão construindo nos laboratórios aqui embaixo. Alessandro Bruno, outro membro da equipe, afirma que essa antimatéria presa nos cinturões de radiação da Terra poderá ser útil no futuro para abastecer naves espaciais. Os foguetes poderiam ser alimentados pela reação entre matéria e antimatéria, uma reação que produz energia de forma muito mais eficiente do que a própria fusão nuclear que ocorre no núcleo das estrelas. "Esta é a fonte mais abundante de antiprótons nas proximidades da Terra", diz Bruno. "Quem sabe, um dia uma nave espacial poderia ser lançada e, em seguida, reabastecer no cinturão de radiação interno, antes de viajar para mais longe." E há vários postos de combustível de antimatéria pelo Sistema Solar: os anéis de radiação de todos os planetas contêm antiprótons. Especialmente em planetas gigantes, como Saturno e Júpiter, deve haver um estoque de antimatéria milhões ou até bilhões de vezes maior do que o da Terra, o que alimenta as esperanças de viagens bem mais distantes.